Povos tradicionais da BHSF é tema de palestra na 4ª Festa Literária de Pirapora (MG)

11/10/2023 - 10:15

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) esteve presente, entre os dias 3 e 7 de outubro, na 4ª edição da FLIPI – Festa Literária de Pirapora (MG), que neste ano homenageou o Rio São Francisco com o tema “O Rio antes de nós”. No dia 4 deste mês, o Velho Chico celebrou 522 anos do seu descobrimento.


O evento, que é um projeto da jornalista Maria Sóter Vargas, através do Ministério da Cultura com o patrocínio da empresa Minasligas, trouxe para a cidade do Alto São Francisco uma visão ampla sobre a importância econômica e social do Velho Chico na formação de Pirapora e da bacia.

Em vários pontos da cidade como no Centro de Convenções, escolas e no Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) – ações culturais, literatura, poesia, histórias, música, debates e palestras celebraram a história e o valor do rio para a região, assim como levantaram debates sobre os inúmeros desafios enfrentados pelo Velho Chico.

Para o jornalista Daniel Brito, analista de comunicação na Agência Peixe Vivo e representante do CBHSF ao falar sobre “O Rio, a bacia e o Comitê enquanto representante de sua gente”, o rio é um ecossistema plural que se perpetua na literatura, na memória, e em seu povo diverso. “Nesta palestra, o objetivo é apresentar ao público uma percepção concisa da diversidade que forma a bacia hidrográfica do Rio São Francisco, em todos os seus quesitos, sobretudo, com relação aos povos tradicionais que habitam ao longo da bacia hidrográfica e da relação desses povos com o rio”, disse Daniel.

“Aqui o CBHSF teve a oportunidade de fazer uma correlação do rio com a literatura e difundir o conhecimento sobre o Comitê, sobre os povos tradicionais da bacia e sobre as ações de conservação e educação ambiental realizadas no âmbito do Comitê. Essa junção literatura e rio é histórica, pois o Rio São Francisco e a própria bacia são citados em obras de diversos autores importantes da literatura brasileira. Falamos sobre representatividade dos povos da bacia, de como a existência deles se relacionam com as regiões da bacia, para além das tradicionais histórias e lendas do Velho Chico, apresentando, ainda, importantes entregas realizadas pelo CBHSF”, acrescentou o jornalista.


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Segundo a coordenadora geral da FLIPI, Maria Vargas, o objetivo de homenagear o rio era justamente trabalhar a questão da influência do Rio São Francisco na formação da população que vive nas regiões por onde o Velho Chico corre. “É sobre a importância de refletir sobre o nosso passado, sobre a nossa ancestralidade, trazer este debate para as crianças e adolescentes, pois carregamos nos ombros a luta dos nossos antepassados. Eles deixaram como herança esse amor pelo rio. Sabemos da importância econômica que ele representa, mas precisamos pensar além disso, e a literatura, seja ela barranqueira, ou através de outros escritores, possibilita despertar essa reflexão”, comentou Vargas.

A coordenadora exaltou ainda o poder das parcerias na questão da educação ambiental. “O conhecimento é transformador! A literatura embarca e percorre as corredeiras do Velho Chico levando valorização e respeito ao rio e as comunidades que vivem em suas margens. O CBHSF e a CCR Alto São Francisco disponibilizaram uma exposição lindíssima, que foi bastante elogiada, que além de abrilhantar a festa ainda retratou através das peças a vida dos povos ribeirinhos. A FLIPI quis assim trazer uma contribuição para essa bacia, que é composta por mais de 18 milhões de pessoas, um mundo, né? Então eu quero muito agradecer ao Comitê e à CCR Alto São Francisco, pela ótima participação. Vamos continuar com essa parceria!”, concluiu Vargas.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Tiago Rodrigues
*Fotos: Ivan Rodrigues