Grupos de Trabalhos participam de apresentação preliminar do produto dois do PMSB

06/08/2021 - 14:29

Com uma população estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2020 de 42 mil habitantes, o município de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão Pernambucano, que está construindo o seu plano municipal de saneamento básico através do Instituto de Gestão de Políticas Sociais (Gsois), empresa contratada pela Agência Peixe Vivo, com financiamento do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, participou do segundo encontro do Grupo de Trabalho. O GT é responsável por acompanhar o processo e garantir que as informações contidas no documento final sejam fidedignas, condizentes com a realidade do município.


A reunião virtual aconteceu na manhã desta quinta-feira (05) com o objetivo de apresentar ao GT o Produto 2 do PMSB, correspondente ao diagnóstico de saneamento. Nesta etapa, a empresa apresentou o resultado do levantamento feito durante os últimos meses. Contextualizando a situação da Bacia do São Francisco, o coordenador da empresa Gsois, José Luiz de Azevedo Campello, lembrou que após a conclusão do trabalho e da aprovação do Plano pela Câmara de Vereadores, o PMSB passa a ser um produto de controle social que vai retratar a situação do município e subsidiar as mudanças que devem ser feitas de modo planejado e ordenado, de acordo com o que o documento aponta, levando em consideração o cenário de projeção dos próximos 20 anos. “Sempre faço questão de pontuar a importância de que para além da aprovação do plano, o que o torna lei municipal, este documento precisa ser executado pelas gestões públicas. Só assim, seguindo o que o estudo aponta, é possível avançar no quesito saneamento básico”, disse.

Distante 611 km da capital Recife, a cidade faz parte do polo Vale do São Francisco, onde a produção agrícola é uma das marcas mais fortes. Com uma área fértil, tem recebido diversos investimentos em irrigação desde a década de 1970 e é também responsável por abrigar diversos hectares de plantações de uva para a produção de vinho. Embora figure entre os 10 maiores PIBs (Produto Interno Bruto) do Sertão de Pernambuco, ocupando a nona posição, os problemas com os serviços de saneamento básico ainda são recorrentes.

De acordo com o relatório apresentado, apenas 16 mil habitantes têm acesso a água tratada pela companhia de saneamento. Os demais moradores, que residem em áreas rurais recebem água através de carro-pipa ou pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), onde são apontados problemas como a irregularidade no abastecimento, deficiência na manutenção dos sistemas e falta de tratamento da água ou tratamento precário. Pelos dois últimos sistemas, são atendidas em torno de 20 mil pessoas em quase 100 localidades da área rural, incluindo agrovilas.

“Mas o problema maior está na ausência do tratamento de esgoto, com mais de 90% da população da sede do município atendida pela rede de esgoto, verificamos que todo esse dejeto não recebe nenhum tipo de tratamento e é lançado in natura no Rio São Francisco. Há lagoas de estabilização implementadas parcialmente mas não estão em funcionamento e além disso foram construídas próximas da área urbana, o que pode prejudicar a população”, alertou Azevedo.

O documento ainda receberá contribuições que poderão ser acrescentadas e aprovadas pelo Grupo de Trabalho. O próximo passo será a apresentação deste documento na primeira conferência municipal que está prevista para o dia 23 de agosto.

Nos próximos dias acontecerão ainda as reuniões com os GTs das cidades de Itacuruba, Jatobá e Ibimirim, em Pernambuco, e Água Branca, em Alagoas.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Kel Dourado