Energias renováveis e desenvolvimento sustentável são temas de reunião conjunta de CCRs

22/11/2019 - 19:08

Durante a segunda parte do encontro conjunto das Câmaras Consultivas Regionais do Submédio e Médio São Francisco, realizado em Casa Nova, na Bahia, os temas recebimento da Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos (CFURH) pago pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF) aos municípios, Energias Renováveis e Saneamento Básico foram abordados pelos palestrantes Almacks Luís e Fernando Antônio Rodriguez.

Casa Nova é uma das cidades que teve a população deslocada do seu território original devido à inundação da sua área para a construção da usina hidroelétrica de Sobradinho (BA). Em relação às construções hídricas, os municípios que recebem o maior montante da Compensação Financeira pela Utilização dos Recursos Hídricos (CFURH) são: Paulo Afonso (R$ 30 bilhões), Sento Sé (R$ 12 bilhões) e Casa Nova (R$ 9 bilhões). Os municípios com menor participação desse recurso são Sobradinho (R$ 398 mil) e Chorrochó (R$ 210 mil). *Todos os valores são referentes ao total recebido nos anos de 2015 a 2017 (Fonte: Chesf).

De acordo com o Secretário da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Almacks Luiz, é preciso repensar os benefícios apontados com a construção de parques eólicos e solaresem detrimento dos prejuízos que, segundo o secretário, não são pontuados. “Vemos a privatização de estradas, perfuração em áreas de rios, supressão de vegetação, ou seja, o prejuízo é enorme devido à licenças que são dadas, mas sem o devido estudo de impacto para as áreas onde são instalados esses grandes parques. Não sou contra a esse tipo de empreendimento, mas não se pode pensar em desenvolvimento, sem considerar a população e as características de cada localidade”, afirmou.

Energias Renováveis e desenvolvimento sustentável

Apontando a sustentabilidade com base em cinco pilares – economia, social, ambiental, tecnologia e política – o palestrante Fernando Rodriguez afirmou a necessidade de se pensar nesses pilares como fatores preponderantes e indissociáveis. “Mesmo quando se dispõe a resolver as questões ainda restam problemas de projetos ruins, construções e operações precárias, por isso precisa-se de ações inovadoras que se apresentam em forma de projetos, programas e atividades que traduzem a realidade”.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em dois anos a capacidade de energia solar no Brasil avançou mais de 10 vezes. Cerca de 41 mil novas usinas de energia solar foram instaladas no país. Nesse período, o Brasil passou do 15º lugar no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, em 2012, para a 8ª posição em 2017 (GWEC, 2018). E esse crescimento não deve parar, a tendência, de acordo com especialistas, é de que em 2024a projeção dessa capacidade atingirá 19,042 GW.As fontes solar fotovoltaica, eólica e hídrica de energia representaram, cada uma, cerca de um terço do crescimento da energia renovável no ano de 2018. A energia solar fotovoltaica foi a modalidade que mais cresceu (em termos proporcionais) em 2018, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA).

Após as apresentações e debates com a participação da plenária, o dia de discussões foi encerrado com informes sobre o ENCOB, o Seminário de Pesca Artesanal, Oficina de Sustentabilidade do Semiárido e análise dos documentos da Plenária CBHSF.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e Foto: Juciana Cavalcante