Câmara Técnica de Comunidades Tradicionais faz balanço da gestão e apresenta mapeamento dos povos tradicionais da Bacia do Rio São Francisco

15/07/2025 - 18:20

Durante a realização da 77ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, nesta terça-feira (15), na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, os membros da Câmara Técnica de Comunidades Tradicionais (CTCT/CBHSF) promoveram a última reunião ordinária da atual gestão do colegiado.


“É uma reunião para avaliar e fazer um balanço do trabalho que a gente conseguiu desenvolver na CTCT e também um momento de apresentação de um mapeamento da presença indígena e quilombola no âmbito da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco”, explica Manoel Uilton dos Santos, coordenador da CTCT.

“Foi um compromisso que a nossa Câmara assumiu com o Comitê, através da Universidade Federal Rural de Pernambuco. A professora Ana Marinho, com seus alunos, conseguiu reunir as informações e fazer a cartografia do mapa e identificar onde estão esses povos indígenas”, detalhou o coordenador.



Mapa de Povos Originários

A reunião do CTCT aconteceu dentro da programação do Cine Povos, evento da SBPC dedicado à exibição de filmes e à promoção de debates e palestras sobre a temática dos povos tradicionais e indígenas e no Departamento de Tecnologia Rural da UFRPE.

Na pauta do encontro, a apresentação do Diagnóstico dos Povos e Comunidades Tradicionais na bacia do Rio São Francisco, intitulado “Quem somos e onde estamos na bacia hidrográfica”, produzido pela professora Ana Marinho, do departamento de Tecnologia Rural da UFRPE e sua equipe de alunos, a partir de dados do IBGE e outros órgãos, catalogando um mapa temático com a identificação dos territórios dos Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais inseridos na bacia do Rio São Francisco.

“A nossa proposta da UFRPE para a Câmara Técnica foi fazer um estudo de quais são os povos originários e as comunidades tradicionais que fazem parte da Bacia Hidrográfica do São Francisco. A gente tinha isso muito solto, e eu via que não tinha nada acumulado, sistematizado, mapeado, contabilizado pelos principais órgãos censitários do Brasil, como o IBGE”, explicou Ana Marinho.

“Com minha equipe de alunos de pós-graduação e de graduação, fizemos um levantamento com o IBGE e outros órgãos para reunir essas informações”, comentou a professora Ana Marinho, que também é membro da CTCT e coordenadora da Tenda dos Povos da SBPC. Durante a apresentação, ela destacou que o mapeamento produzido ainda é um documento inicial, com as inconsistências dos dados oficiais, por isso precisará da participação continuada das próprias comunidades tradicionais e sensibilização dos órgãos governamentais para, no futuro, ser melhor representado e fidedigno, a partir destas atualizações.



Políticas para os Povos Tradicionais

“Acho que esse documento é importante para a gente saber onde é que a gente está, quem somos, porque a partir daí é que poderemos apresentar isso a alguns órgãos de fomento, ao próprio Ministério dos Povos Indígenas. A partir disso, poderemos começar a criar prospecção para o que deve ser feito em termos de nortear as políticas públicas”, avaliou Ana Marinho.

“Queremos também, a partir desse levantamento, mapear quais são os principais problemas de saúde, para que a gente possa estar trabalhando junto à saúde dos povos originários e das comunidades tradicionais”, disse a professora.


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juliano Mutá
*Fotos: Juliano Mutá