CBHs de Afluentes do Velho Chico apresentam suas experiências

22/08/2019 - 18:05

O segundo e último dia do V Encontro de Afluentes do Rio São Francisco, realizado no Hotel Ponta Verde, em Maceió (AL), nesta quinta-feira (22 de agosto) foi reservado às apresentações das representações dos comitês, inclusive aqueles que passarão a receber as águas da transposição. Os CBHs apresentaram os problemas identificados em suas bacias e possíveis soluções.


O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) Piancó-Piranhas-Açu, José Procópio de Lucena, do Rio Grande do Norte, apresentou a dimensão da localidade. Segundo ele, mais de 1,5 milhão de pessoas estão inseridas na bacia. No local, o foco está nos açudes, devido ao fato de todos os rios serem intermitentes. De acordo com Procópio, o Estado não se preparou de maneira suficiente para receber as águas do Velho Chico.

Outro CBH potiguar, o Apodi-Mossoró foi representado pelo presidente do colegiado, Rodrigo Guimarães de Carvalho. A bacia estadual é uma das maiores produtoras de sal marinho do Brasil. “Mas as marinas enfrentam problemas, visto que algumas estão localizadas em Área de Preservação Permanente [APP] e o Instituto Nacional de Política Econômica [Inpe] apresentou dados que apontam para forte degradação”, disse.

A realidade dos comitês no estado da Paraíba foi exposta pela presidente do CBH Litoral Sul, Ana Cristina Silva. Ela falou sobre os avanços e desafios dos colegiados e apresentou os canais da transposição, que estão sendo construídos para levar água para a população. No Estado, a cobrança está instituída e um dos desafios, agora, é a criação de outros CBHs federais; promover a gestão integrada das águas superficiais e subterrâneas; acompanhamento da elaboração dos planos de bacias e plano estadual, entre outros. O presidente do CBH do Rio Paraíba, André da Silva Santos, também falou a respeito da realidade daquele estado.

Veja as fotos do segundo dia de evento: 

 

Bahia

A programação abriu espaço para as apresentações dos comitês baianos. O presidente do CBH Rio Grande, Demósthenes da Silva Nunes Júnior, disse que a bacia tem grande importância econômica e ambiental devido a sua extensão de 76,6 mil quilômetros quadrados (Km²) e de 115 mil hectares de irrigação. “A implantação da cobrança no local é prioritária”, disse. “Parabenizo o CBHSF pela parceria firmada com o governo da Bahia para promover o cadastramento dos usuários”, acrescentou ele.

Também como experiências dos comitês baianos, apresentaram relatos o presidente do CBH Verde e Jacaré, Ednaldo Campos; do CBH Corrente, Marcos Rogério Beltrão dos Santos; do CBH Salitre, Manoel Ailton Rodrigues de Carvalho e do CBH Paramirim e Santo Onofre, Anselmo Caires.

Pernambuco

As experiências pernambucanas foram expostas durante o evento. O representante da Agência Pernambucana de Água e Clima (Apac), João Paulo Leite, fez uma apresentação abrangente, com a exposição da quantidade de comitês instalados no Estado, entre outras informações.

Além dele, apresentaram a presidente do CBH Pajeú, Raimunda Rozeni Vieira da Costa; e do Consu Poço da Cruz/Ibimirim, Marcos Antônio Elihimas e Consu Ingazeira, Marcus Vinícius de Souza.

Alagoas

Na apresentação alagoana, o presidente do CBH Piauí, o único rio perene do estado, inserido na bacia do São Francisco, Francisco Guerra, disse que decidiu entrar para o cotidiano dos CBHs quando se perguntou que mundo gostaria de deixar para os filhos. Eleito na semana passada para conduzir o colegiado, Guerra disse estar disponível para ampliar as ações e atividades do órgão.

A coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do CBHSF, Ana Catarina Pires de Azevedo Lopes, também falou em nome do Piauí. Ela apresentou o investimento de quase R$ 3 milhões em diversas ações, como levantamento, diagnóstico e recuperação de nascentes no Piauí. Membro do CBHSF, Antônio Jackson Borges aproveitou para defender que os demais comitês se juntem para fortalecer a atuação de todos.

O assessor da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), Pedro Lucas, anunciou uma parceria com o CBHSF para a criação de um grande comitê na região sertaneja alagoana. “Será o CBH do Sertão Alagoano”, resumiu ele.
CEARÁ

O representante do CBH Salgado, Wyldevânio Vieira da Silva, fez uma apresentação específica sobre a bacia hidrográfica e um relato geral sobre as bacias existentes no Estado. Ele relatou diversos casos de conflitos pelo uso da água na região pelo fato de muitos proprietários de terras considerarem que a água é propriedade privada.

O presidente do CBH Sub-bacia do Alto Jaguaribe, Antônio Ceza Cristovão, apresentou as características da bacia. Segundo ele, a bacia abrange 74 municípios cearenses e uma população superior a 14 milhões de pessoas. A presidente do CBH Médio Jaguaribe, Flaviana Guimarães de Lima, complementou as informações. Segundo ela, falta maior autonomia dos órgãos colegiados para aplicação de recursos. Como alternativa, há um encontro semestral com o governador Camilo Santana, que recebe as demandas e dá os devidos encaminhamentos.

Acrescentaram informações sobre a realidade cearense, os representantes do CBH do Baixo Jaguaribe, Aridiano Belk de Oliveira e do CBH Metropolitana Fortaleza, Francisco Nildo da Silva. Esta última é formada por 16 bacias, envolvendo pelo menos 30 municípios e com grandes conflitos pelo uso da água.


Assista ao vídeo com o depoimentos dos membros dos comitês afluentes  e do CBHSF sobre a importância do encontro: 

 

Bahia

A programação abriu espaço para as apresentações dos comitês baianos. O presidente do CBH Rio Grande, Demósthenes da Silva Nunes Júnior, disse que a bacia tem grande importância econômica e ambiental devido a sua extensão de 76,6 mil quilômetros quadrados (Km²) e de 115 mil hectares de irrigação. “A implantação da cobrança no local é prioritária”, disse. “Parabenizo o CBHSF pela parceria firmada com o governo da Bahia para promover o cadastramento dos usuários”, acrescentou ele.

Também como experiências dos comitês baianos, apresentaram relatos o presidente do CBH Verde e Jacaré, Ednaldo Campos; do CBH Corrente, Marcos Rogério Beltrão dos Santos; do CBH Salitre, Manoel Ailton Rodrigues de Carvalho e do CBH Paramirim e Santo Onofre, Anselmo Caires.

Pernambuco

As experiências pernambucanas foram expostas durante o evento. O representante da Agência Pernambucana de Água e Clima (Apac), João Paulo Leite, fez uma apresentação abrangente, com a exposição da quantidade de comitês instalados no Estado, entre outras informações.

Além dele, apresentaram a presidente do CBH Pajeú, Raimunda Rozeni Vieira da Costa; e do Consu Poço da Cruz/Ibimirim, Marcos Antônio Elihimas e Consu Ingazeira, Marcus Vinícius de Souza.

Alagoas

Na apresentação alagoana, o presidente do CBH Piauí, o único rio perene do estado, inserido na bacia do São Francisco, Francisco Guerra, disse que decidiu entrar para o cotidiano dos CBHs quando se perguntou que mundo gostaria de deixar para os filhos. Eleito na semana passada para conduzir o colegiado, Guerra disse estar disponível para ampliar as ações e atividades do órgão.

A coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do CBHSF, Ana Catarina Pires de Azevedo Lopes, também falou em nome do Piauí. Ela apresentou o investimento de quase R$ 3 milhões em diversas ações, como levantamento, diagnóstico e recuperação de nascentes no Piauí. Membro do CBHSF, Antônio Jackson Borges aproveitou para defender que os demais comitês se juntem para fortalecer a atuação de todos.

O assessor da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh), Pedro Lucas, anunciou uma parceria com o CBHSF para a criação de um grande comitê na região sertaneja alagoana. “Será o CBH do Sertão Alagoano”, resumiu ele.
CEARÁ

O representante do CBH Salgado, Wyldevânio Vieira da Silva, fez uma apresentação específica sobre a bacia hidrográfica e um relato geral sobre as bacias existentes no Estado. Ele relatou diversos casos de conflitos pelo uso da água na região pelo fato de muitos proprietários de terras considerarem que a água é propriedade privada.

O presidente do CBH Sub-bacia do Alto Jaguaribe, Antônio Ceza Cristovão, apresentou as características da bacia. Segundo ele, a bacia abrange 74 municípios cearenses e uma população superior a 14 milhões de pessoas. A presidente do CBH Médio Jaguaribe, Flaviana Guimarães de Lima, complementou as informações. Segundo ela, falta maior autonomia dos órgãos colegiados para aplicação de recursos. Como alternativa, há um encontro semestral com o governador Camilo Santana, que recebe as demandas e dá os devidos encaminhamentos.

Acrescentaram informações sobre a realidade cearense, os representantes do CBH do Baixo Jaguaribe, Aridiano Belk de Oliveira e do CBH Metropolitana Fortaleza, Francisco Nildo da Silva. Esta última é formada por 16 bacias, envolvendo pelo menos 30 municípios e com grandes conflitos pelo uso da água.


Assista ao vídeo com o depoimentos dos membros dos comitês afluentes  e do CBHSF sobre a importância do encontro: 


Posição

O secretário da CCR do Alto São Francisco, do CBHSF, Altino Rodrigues, pediu atenção da plateia para uma informação que ele considerou como muito grave. Ele pediu uma contratação, pelo CBHSF, de uma análise independente para atestar a condição de consumo de peixes do Rio Paraopeba, em Minas Gerais.

O motivo está no acesso que ele teve a dois releases, de órgãos distintos, nos quais um alertava para a alta contaminação nos peixes do rio, enquanto um outro, de âmbito governamental, afirma que o consumo está liberado.

Altino Rodrigues disse que os documentos foram suprimidos do ambiente digital, o que impossibilita a ele comprovar as informações. Apesar desse fato, Rodrigues disse que o relatório apontava a presença de substâncias como cádmio nos peixes, que representa risco à saúde. “Nós não podemos ficar de braços cruzados e até já conversei com o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, para contratarmos uma auditoria, uma análise independente. É, inclusive, o momento de um posicionamento da Câmara Técnica de Articulação Institucional [CTAI]”, defendeu Altino Rodrigues, que formalizou a preocupação e protocolizou o pedido para uma tomada de decisão por parte da Secretaria do CBHSF.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Edson Oliveira