A Agência Nacional das Águas realizou na última terça-feira (11) uma videoconferência extraordinária que contou com a participação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Ministério de Minas e Energia (MME), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Marinha do Brasil, Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF) e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF).
Durante a videoconferência, foi realizada uma avaliação sobre as condições pós-chuvas e a apresentação de plano de contingência do rio Paraopeba em Minas Gerais. Em Maceió estavam presentes na reunião, o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, Roberto Lobo, superintendente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) e membro do CBHSF, e Vanessa Rodrigues, analista da Agência Peixe Vivo.
Na ocasião, a mineradora Vale apresentou o Plano de Contingência para suprimento de água aos usuários do reservatório da UHE Três Marias (MG). A ANA e o IGAM têm acompanhado a evolução do rio Paraopeba e os impactos, bem como efeitos da qualidade da água na região. Esse monitoramento de maneira sistemática tem se intensificado devido às fortes chuvas ocorridas em janeiro e fevereiro e desde o rompimento da Barragem I, na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).
Segundo o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, a reunião realizada pela Agência Nacional de Águas atendeu a um apelo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e de outros parceiros da sala de situação, e visa trazer à tona as informações oriundas desse novo momento que volta a atingir as águas do rio Paraopeba. “Nós já sabíamos que qualquer grande tempestade na região voltaria a acender os sinais de alerta e isso é muito fácil de compreender. As vazões aumentaram a tal ponto que a Usina Hidrelétrica de Retiro Baixo, última barreira entre o Paraopeba e o rio São Francisco, tiveram que ter suas comportas abertas e uma grande quantidade de água com metais dissolvidos foi jogada no lago de Três Marias (MG) numa escala muito maior do que aquilo que cotidianamente estamos acostumados. Então, isso leva o Comitê a expressar a ideia e isso é amplamente entendido pela ANA”, explicou.
Miranda acrescentou ainda que uma nova bateria mais ampla de avaliações devem ser feitas com o objetivo de saber até que ponto as chuvas agravaram a situação da qualidade da água, não só no rio Paraopeba, a jusante de Retiro Baixo, mas também no lago de Três Marias. “A ANA, o IGAM e a Vale estão sustentando que essas primeiras análises, ainda muito recentes, não indicaram nenhum parâmetro de metais que estejam acima do permitido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas nós entendemos que essas análises devem se amiudar. É muito cedo para fazer avaliações definitivas, mas é importante valorizar a atitude da ANA que reuniu todos os parceiros para mantê-los atualizados acerca dessa questão ligada ao rio Paraopeba. O Comitê do Rio São Francisco pretende mais em breve confrontar todas as informações com especialistas do CBHSF e tomará iniciativas próprias a fim de aprofundar as análises e estudar de maneira mais específica os impactos a fim de complementar as informações”, finalizou.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Deysi Nascimento