Sem água por dias, moradores de Tacaratu enxergam no PMSB uma solução para a situação da falta de água

09/02/2021 - 17:11

Com sérios problemas no abastecimento de água, o município de Tacaratu localizado a 453 km da capital pernambucana, Recife; recebeu durante a tarde desta segunda-feira (08) parte da equipe de engenheiros responsáveis pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. A visita aconteceu para apresentar o Plano de Trabalho, devido a mudança de componentes do Grupo de Trabalho e o Diagnóstico do Saneamento da cidade.

Com uma área de 1.248,5 km², Tacaratu faz parte do sertão do São Francisco, na mesorregião São Francisco Pernambucano e Microrregião de Itaparica. Com clima semiárido quente está inserido na bacia hidrográfica do Rio Moxotó, considerado temporário desaguando no rio São Francisco. Embora sua fisiografia esteja entre rios e lagos, a população lamenta a falta de água constante. De acordo com a empresária Paula Xavier, proprietária da única pousada da cidade que tem pouco mais de 26 mil habitantes, segundo estimativa de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); a comunidade chega a ficar 10 dias sem água nas torneiras. “É uma verdadeira tristeza a situação que a gente vive. Eu já pensei diversas vezes em fechar a pousada porque não tem como receber hóspedes sem água. E esta é uma situação muito corriqueira”, lamenta lembrando que agora com a elaboração do PMSB a expectativa é de que os gestores do município consigam finalmente sanar o problema.


Veja as fotos da reunião:


O relato de dona Paula foi confirmado pelo diagnóstico do PMSB. Segundo o documento, a população é abastecida pela concessionária estadual e por poços e adutoras na área rural. As agrovilas embora devessem ser atendidas pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), conforme documentação fornecida pela própria companhia, tem o Sistema de Abastecimento de Água (SAA) feito pelos próprios moradores através de uma captação subterrânea sem tratamento. “Segundo o que conseguimos verificar através das visitas técnicas, cada localidade administra o SAA com custos financiados pelas associações de moradores. Além disso eles recebem dos agentes de saúde cloro em líquido ou pastilha para cada que cada morador use na água em suas residências”, relatou a engenheira Andeia Schypula.

Outro grave problema é o manejo e a destinação do lixo urbano. Ainda destinado a dois lixões parcialmente a céu aberto, parte do material recolhido é enterrado de forma rudimentar o que tem provocado a presença de chorume, líquido poluente, de cor escura originado pela decomposição de resíduos orgânicos, que deságua em córregos. Com conhecimento das problemáticas do município, o prefeito de Tacaratu destacou o interesse da cidade em estreitar a parceria para o fornecimento de informações. “Temos conhecimento dessas problemáticas mas estamos a inteira disposição para contribuir no fornecimento de todos os dados e relatórios para que a situação de Tacaratu seja integralmente apresentada no Plano de Saneamento e apontada a direção de como podemos solucionar em definitivo”, destacou o prefeito de Tacaratu Washington Angelo de Araujo.

O plano de saneamento básico do município de Tacaratu é financiado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) através dos recursos oriundos da cobrança pelo uso da água bruta. A Companhia Brasileira de Projetos e Empreendimentos (COBRAPE) é a empresa responsável pela execução do PMSB contratada por meio de licitação pela a agência de bacia do CBHSF, Agência Peixe Vivo. A previsão é que o plano seja concluído em setembro de 2021. “É muito importante lembrar que estudos mostram que se não cuidarmos desta região ela pode se tornar um inviável para as pessoas, ou seja, é preciso do compromisso de todos para que os apontamentos feitos sejam solucionados de acordo com o que ainda vai ser previsto no prognóstico como soluções emergenciais, a curto, médio e longo prazo”, concluiu o Coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco Julianeli Lima.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e fotos: Juciana Cavalvante