A gestão dos recursos hídricos e a urgência da ação climática foram elevadas ao mais alto nível diplomático na COP30, em Belém, com a participação inédita do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) em um evento ministerial de destaque. O presidente do CBHSF, Cláudio Ademar, representou o Comitê na sessão “Águas de Mudança – Traçando Caminhos Resilientes e Sustentáveis”, realizada em 11 de novembro na Zona Azul.
O evento, que reuniu ministros e altas autoridades de nações como França, Canadá, Emirados Árabes Unidos e da União Europeia, além de representantes do Governo Federal brasileiro, serviu para consolidar a água como um pilar fundamental e contínuo da agenda climática global.
Gestão Compartilhada e o Papel dos Comitês
Cláudio Ademar destacou a importância da reunião para o Rio São Francisco e para a governança das águas no país, ressaltando o posicionamento do Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional (MDR), Waldez Góes.
“Foi uma reunião de cúpula e o ministro Waldez Góes, esclareceu que a gestão dos recursos hídricos precisa ser aprimorada, essa gestão precisa ser compartilhada com os comitês de bacia, que representam a sociedade nesse processo, inclusive as comunidades tradicionais”, afirmou Ademar.
Para o presidente do CBHSF, o encontro sinalizou a disposição do Governo Federal de se aproximar dos comitês e de lhes conferir maior protagonismo no processo de gestão.

Cláudio Ademar participou do evento na Blue Zone
Do Planejamento à Execução: A Urgência da Ação
Um ponto de convergência entre todos os ministros e autoridades presentes foi a necessidade de superar a fase de planejamento e avançar para a execução direta de projetos e políticas climáticas. “Foi dito por todos que não podemos chegar na COP31 ainda pensando em planejar, mas sim com execução direta. Precisamos deixar a linha do planejamento e ir para a execução, de fato, para a prática”, enfatizou Cláudio Ademar.
Alerta Global e o Desafio do São Francisco
Durante o debate foi apontada a preocupante previsão de que o consumo de água no mundo aumentará 30% até 2035. “30% de volume de consumo de água é muita coisa para a situação que já se encontra os rios, como, por exemplo, o São Francisco”, alertou Ademar.
Diante desse cenário, a participação do Comitê na COP30 é vista como um catalisador para aprimorar ferramentas de gestão. As próximas ações prioritárias do CBHSF devem incluir:
- Aprimoramento da Gestão: Foco na implementação de instrumentos como o enquadramento dos recursos hídricos.
- Melhoria do Monitoramento: Reforçar a vigilância sobre a qualidade e quantidade da água na bacia.
- Defesa do Patrimônio Hídrico Nacional: O Brasil, detentor de 20% da água doce do mundo, precisa de uma gestão eficiente para evitar crises hídricas no próximo século.
A participação do Comitê do São Francisco na Mesa Redonda Ministerial da COP30 reforça o papel dos Comitês de Bacias como entes inestimáveis na governança da água, contribuindo diretamente para o Plano de Aceleração COP30 sobre Acesso e Governança da Água e garantindo que as vozes regionais e da sociedade civil sejam ouvidas nas decisões globais sobre o futuro hídrico do planeta.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Cláudio Ademar