Professor da University of Auckland participa do terceiro dia do II SBHSF

05/06/2018 - 15:55


Mesa Redonda reuniu estudantes e profissionais do segmento ambiental.
Apresentação de artigos, trabalhos em posters e minicursos dentro dos cinco eixos temáticos propostos pelo evento fizeram parte da programação da manhã de hoje, 05/06, no II Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
A mesa redonda sobre Conservação, Biodiversidade e Requalificação Hidroambiental contou com três palestrantes: o doutor em Engenharia Florestal, Claúdio Davide, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), o doutor em Ecologia e Conservação Renato Garcia Rodrigues, da Universidade Federal do Vale do Rio São Francisco (Univasf) e o convidado Gary John Brierley, da University of Auckland, da Nova Zelândia. A moderação ficou a cargo da professora doutora em Geografia, Mônica dos Santos Marçal, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Gary apresentou uma palestra sobre Conservação, Biodiversidade e Requalificação Hidroambiental. Segundo ele, pessoas em diferentes partes do mundo se preocupam com os rios em todo o planeta e reforça que nossa maior prioridade precisa ser a preocupação com os rios. “As perspectivas japonesas são expressivas e nós fazemos parte da natureza, por isso devemos preservá-la”, afirmou o palestrante.
“As escolhas vêm com responsabilidades e o legado em muitas partes do mundo são de rios degradados. Os custos de reparação são muito altos para as gerações futuras. Quem são as pessoas que tomam as decisões? Quem são as pessoas que viverão com essas consequências? O problema não está na ciência, não conseguiremos fazer a gestão de rios, sem que as comunidades ribeirinhas tenham consciência de que precisam preservar. Não precisamos limpar a bagunça um do outro, precisamos aprender a nos relacionar com o meio ambiente”, destaca o professor. “Qual o custo de recuperação de um rio e quanto tempo levará para que ele volte ao seu estado íntegro? Para cada duas décadas e meia de degradação, são necessários mais de 25 mil anos para recuperação”, lamenta Gary.
“Precisamos entender o que queremos proteger, como fazer isso e quais evidências vão nos ajudar neste assunto. Precisamos que as comunidades e os pesquisadores contribuam para este desenvolvimento, de forma transparente e com uma comunicação aberta. Tudo está se tornando mais fácil com o avanço da tecnologia. Precisamos utilizar essas novas tecnologias no solo. Precisamos também de treinamento e formação, para que possamos pensar nos rios em diferentes perspectivas. Meu conselho é voltarmos os olhos para Lyon, na França, onde comunidade, gestores e pesquisadores trabalham juntos por um único propósito. Precisamos trabalhar em conjunto para que possamos convergir os conhecimentos múltiplos para termos um futuro diferente”, finaliza.

Licenciamento Ambiental
O Doutor em Ecologia e Conservação, Renato Garcia Rodrigues, abriu sua apresentação com uma pergunta: Licenciamento Ambiental pode ser uma ferramenta para o conhecimento e conservação da biodiversidade?”. O professor trouxe os contrapontos sobre o equilíbrio entre a preservação do meio ambiente e os impactos ambientais que as obras de desenvolvimento geram. Ele aproveitou a oportunidade para apresentar cases de sucesso de obras que estão sendo implantadas e que contribuem com pesquisa e produção de conhecimento científico.
“Nós acreditamos que neste cenário de alta degradação o plantio de várias áreas será um sucesso. Selecionamos 10 espécies de herbáceas para cobrir solo exposto e 14 espécies de árvores, para serem plantadas em mais de 300 hectares. Criamos também cercamentos para que os animais não se aproximem e se alimentem das mudas que germinaram. Outro desafio são as cercas que são furtadas. A mais importante forma de diminuir o impacto sobre a Bacia do São Francisco é o aumento do conhecimento”, afirma Renato.
Restauração Ecológica
A última apresentação da programação da manhã foi sobre Planejamento e experiências em restauração ecológica na Bacia do São Francisco, que ficou a cargo do Doutor em Engenharia Florestal, Claúdio Davide (UFLA).
O II Simpósio da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (II SBHSF) é uma realização do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) em parceria com o Fórum de Pesquisadores de Instituições de Ensino Superior da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (FIENPE). O evento está sendo realizado no auditório da Didática VII, na Universidade Federal de Sergipe – UFS, na Cidade Universitária Prof. José Aloísio de Campos, s/n – São Cristóvão.
Confira as fotos:

*Texto: Vítor Luz
*Fotos: Edson Oliveira