Participantes da primeira Oficina de Usos Múltiplos das Águas do Rio São Francisco, realizada no dia 6 de maio na cidade de Paulo Afonso, na Bahia, comentam sobre a importância de se pensar nas diversas finalidades da utilização dos recursos hídricos e, principalmente, de se refletir sobre os impactos da redução de vazões no Velho Chico. Mais duas oficinas serão realizadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco – CBHSF em Penedo (AL), nos dias 9 e 10 de maio, e em Juazeiro (BA), nos dias 21 e 22 do mesmo mês. Confira comentários da primeira edição:
Carlos Eduardo Junior, coordenador da Câmara Consultiva Regional – CCR do Baixo São Francisco
“Essa oficina é uma proposta da CCR do Baixo São Francisco e estamos tentando implementá-la há mais de cinco anos. As pessoas que dependem do rio têm urgência para entender os usos múltiplos das águas e esse é o primeiro grande passo do Comitê para provocar a população a respeito de assuntos relevantes como pacto pelas águas, outorgas e a própria relação das hidrelétricas com o São Francisco, primordialmente agora quando enfrentamos redução de vazão”.
João Batista Silva, representante de perímetro irrigado no rio Moxotó, em Pernambuco
“A água é a base dessa discussão. Como usuário desse bem natural eu acho importante esse debate que tenta contemplar a fala de todas as pessoas que usam as águas do rio São Francisco, seja para fins domésticos ou produtivos. Se o uso é múltiplo, precisamos ter esse momento para discutir onde um interfere no outro. Além de tudo, é importante essa conversa porque estamos em plena redução de vazão”.
Israel Cardoso, representante do segmento hidroviário no CBHSF
“É um encontro importante nesse momento critico de baixa de vazão, que vai afetar uma população imensa que sobrevive do rio São Francisco. Estamos arriscados a ficar sem navegação, por exemplo, sejam elas turísticas ou de transporte de produtos. Essa oficina é fundamental para expormos nossos anseios e incertezas. O Governo federal precisa, juntamente com o CBHSF, pensar numa saída para evitar grandes transtornos”
Quitéria Silva, representante da Federação dos Produtores, Moradores e Agricultores – BA
“Queremos reforço para melhorar a nossa região no que se refere ao uso e abastecimento de água na zona rural. Estamos com medo desse negócio de diminuir a água do Rio São Francisco. Isso é terrível! Já estamos vivendo uma grande tristeza por falta de água. Para se ter uma ideia, a gente recebe um carro pipa, para o consumo doméstico, somente a cada 15 dias”.
Joserlando Lacerda Rosa, engenheiro ambiental do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Paulo Afonso
“Essa oficina faz a gente ter mais conhecimento de como funciona a distribuição ou uso das águas. Falando-se em redução, pelas discussões que estamos tendo, fica claro que o maior beneficiado é o setor elétrico, enquanto a população que mora nas margens do rio fica prejudicada”
Daniela Gurgel, engenheira de Divisão de Gestão de Recursos Hídricos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf
“Esse encontro é importante para o nivelamento das informações em torno dos recursos hídricos, com vista à criação de um ambiente harmônico na relação e nos debates entre os que dependem do rio São Francisco para suas atividades”.
Confira abaixo mais imagens da oficina:
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF