O setor da Indústria e Mineração é terceiro maior demandante das águas do rio São Francisco, com um consumo bem inferior aos dois primeiros (irrigação e abastecimento). Mesmo assim, não deixa de ter seus impactos para a degradação do solo e contaminação das águas. Representantes do setor, como a empresa federal Indústrias Nucleares do Brasil e a privada Bahia Mineração, além de órgãos governamentais de meio ambiente e recursos hídricos, como o Inema e a Embasa, estiveram reunidos nesta quinta-feira (16/04), para mais uma oficina setorial do processo de atualização do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do rio São Francisco. A oficina aconteceu em Caetité-BA, cidade do Médio São Francisco, que também integra a Bacia do Rio das Contas.
A oficina foi conduzida pelo geólogo Pedro Bettencourt e pelo biólogo Mateus Giffoni, ambos da consultora Nemus, contratada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco-CBHSF para realizar a atualização do plano que traçará as metas e diagnósticos do rio pelos próximos dez anos. Por conta das constantes críticas feitas pelas comunidades ribeirinhas à atuação de certos setores da indústria e da mineração, a expectativa era de que seria uma oficina com muitos embates.
“As duas oficinas deste setor (a outra foi em Itabirito-MG) demonstrou o nível de consciência ambiental das empresas, que perceberam o quanto já ultrapassamos os limites de exploração dos recursos naturais. O que temos percebido é uma preocupação das empresas com a responsabilidade ambiental. Não todas, Infelizmente”, destacou Pedro Bettencourt, diretor-geral da consultora Nemus e coordenador do projeto de atualização do Plano de Bacia do Velho Chico.
O analista ambiental da Bahia Mineração, Bruno Ferreira, que é membro titular do CBHSF, denunciou as atividades de empresas que utilizam as águas do rio sem as devidas licenças. “Nós que agimos de forma correta, atendendo todas as exigências legais, pagamos um preço alto por conta daqueles que agem ilegalmente, sem outorga e sem as devidas declarações do uso da água. É preciso maior fiscalização dos órgãos públicos e um efetivo monitoramento”, exigiu.
Entre os problemas levantados pelos grupos de discussão estão os conflitos em torno dos recursos hídricos, que são escassos na região, a necessidade de uma melhor distribuição das águas, garantindo os usos múltiplos, a atuação dos órgãos na fiscalização e mediação de conflitos e a busca por uma diversificação das fontes de recursos. “O grande desafio para o nosso tempo é diminuir a necessidade de água nos processos industriais e de mineração”, pontuou Bruno Ferreira.
Veja o calendário completo das ações para atualização do Plano de Bacia do Velho Chico.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF