A Câmara Técnica de Comunidades Tradicionais do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco se reuniu na tarde desta segunda-feira (08) para, entre outras pautas, iniciar discussões sobre as diretrizes para os Seminários Indígena e Quilombola, realizados pelo CBHSF e sobre o Projeto Saúde e Educação nas comunidades tradicionais.
O coordenador da CTCT, Uilton Tuxá, abriu o encontro destacando a última reunião conjunta realizada entre as Câmaras Consultivas Regionais do Médio e Submédio São Francisco nos dias 05 e 06 de maio, em Juazeiro, na Bahia, quando defendeu a importância de acompanhamento e intervenção no município de Muquém do São Francisco, onde os povos localizados na região do Riacho da Serra Branca vivem a preocupação com o assoreamento que coloca em risco a única estrada de acesso das comunidades tradicionais ao centro urbano. Além disso, a estrada também serve para o escoamento da produção da agricultura familiar. O coordenador da CCR Médio, Ednaldo Campos, informou que vai realizar uma visita técnica à região junto com o coordenador da CCR Submédio, Cláudio Ademar, Agência Peixe Vivo e outras instituições para verificar a situação e pensar em soluções. A visita está programada para a segunda semana de junho.
Seguindo com a pauta, a reunião abordou a contribuição das Câmaras Técnicas para atualização da deliberação que dispõe sobre seu funcionamento. A CTCT criou uma comissão que vai se responsabilizar pela análise e proposição de contribuições à deliberação. O grupo vai trabalhar sobre o texto que terá as propostas de todas as câmaras do CBHSF apresentadas na última reunião plenária do ano, a ser realizada em dezembro. A ideia é que o grupo, após indicar as observações do texto, apresente à CTCT, validando as propostas que irão ao colegiado.
Seminários de comunidades tradicionais
Também previstos para o próximo semestre, o CBHSF vai realizar mais uma edição dos seminários dos povos indígenas e quilombolas. Os eventos devem acontecer nos meses de agosto e outubro, respectivamente, na cidade de Paulo Afonso-BA. A pauta começou a ser construída durante a reunião com observações sobre as demandas da bacia. “Mesmo dialogando sempre com outras frentes de luta, o seminário precisa focar em questões no âmbito da bacia do São Francisco”, destacou o coordenador da CT.
O professor da Universidade Federal de Alagoas Avelar dos Santos Júnior considerou ainda que os eventos devem apresentar propostas dinâmicas. “Penso que podemos pensar em formatos diferentes e para isso deverá ser feito um esforço necessário para viabilizar um modelo que fuja do padrão, priorizando sempre as vozes indígenas e quilombolas, e no sentido mais avançado, possamos incluir outros movimentos, promovendo o diálogo e inserindo outros sujeitos que, às vezes, sequer podem participar de eventos dessa natureza”.
A reunião se encerrou com as apresentações preliminares de problemáticas vivenciadas em comunidades tradicionais para incluir uma pauta sobre saúde e educação considerando suas realidades e perspectivas. A ideia é elaborar um diagnóstico e prognóstico de saúde única em comunidades tradicionais na bacia do Rio São Francisco que deverá, após ser validado pelos membros da CTCT, ser apresentado à Diretoria Colegiada para aprovação. Considerando o território da bacia com sua diversidade de comunidades, pesquisadores que compõem a câmara técnica auxiliarão na seleção desses locais.
Para isso será feito o mapeamento das populações, identificando as demandas de saúde única de populações específicas e em situação de vulnerabilidade com o objetivo de capacitar os profissionais de saúde no que diz respeito à promoção da equidade e ao cuidado, e desenvolver ações de saneamento ambiental, a fim de disponibilizar condições ambientais dignas, incluindo água potável e saneamento básico.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Edson Oliveira