O que era para ser uma audiência pública acabou numa grande manifestação contra a construção, no município de Cocos, no oeste baiano, de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s), batizadas de Caiçara e Gavião. O protesto reuniu cerca de cinco mil pessoas, que empunharam cartazes e faixas evidenciando os prejuízos ambientais (e para as comunidades ribeirinhas) que viriam juntos da construção dos empreendimentos. A audiência pública foi marcada por conta do pedido de licenciamento prévio para a construção das hidrelétricas.
Os manifestantes contaram com o apoio do coordenador da Câmara Consultiva Regional do Médio São Francisco, Claudio Pereira, que assegurou: “Nossa defesa é pela realização de estudos técnicos que avaliem os impactos sobre a quantidade de água na bacia, entre outros impactos ambientais na região”. No caso, as PCH’s seriam erguidas no Rio Carinhanha, um dos poucos da região ainda livre de barramentos.
A manifestação contou com a participação de cerca de 40 organizações da sociedade civil, além de movimentos sociais e comunidades tradicionais do Norte de Minas Gerais e Oeste da Bahia. De acordo com as entidades envolvidas na mobilização, as obras trarão impactos irreversíveis, tanto do ponto de vista ambiental, como do ponto de vista social e cultural.
Com cerca de 400 km de extensão, o rio Carinhanha passa por comunidades tradicionais, aldeias indígenas, quilombos e unidades de conservação nos dois Estados – Minas Gerais e Bahia. A grande preocupação das comunidades é que, com a realização das obras planejadas, um terço do rio Carinhanha seja transformado numa sequência de barragens e reservatórios, afetando as características do corpo d’água e as riquezas naturais da região.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF