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O Grupo Interministerial de Trabalho sobre a Desertificação criado no âmbito da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco voltou a se reunir na tarde desta segunda-feira (17), de modo virtual. O encontro serviu para apresentar o escopo do plano de trabalho do grupo que deve, entre outras atividades, buscar compilar as ações desenvolvidas no âmbito da Bacia do São Francisco para minimizar os efeitos da desertificação no território, além de propor medidas e buscar parceiros para ações efetivas.
De acordo com o coordenador do GT, Alexandre Resende Tofeti, representante do Ministério de Meio Ambiente e Mudanças do Clima, a ideia é elaborar e aprovar as diretrizes internas do GT para o combate à desertificação, adaptação às mudanças do clima e conservação da biodiversidade na BHSF. Para isso, o grupo propôs participar do processo de atualização da base de dados para Plano Integrado de Recursos Hídricos (PIRH) da bacia do Rio São Francisco e seus afluentes para o próximo decênio, ação em andamento financiada pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Além disso, o grupo pretende identificar, compilar e disseminar, junto ao CBHSF, boas práticas e Soluções Baseadas na Natureza (SbN) implementadas na bacia que estejam alinhadas às diretrizes do GT, visando inspirar e subsidiar futuras ações do Comitê. “Temos uma meta audaciosa, mas entendemos que cada componente deste grupo fazendo sua parte e com o apoio de diversos outros atores que serão chamados a contribuir, poderemos fazer as entregas previstas”, afirmou o coordenador do GT, Alexandre Tofeti.
Também estão previstas no plano de trabalho a realização de reuniões com instituições de referência nas agendas de gestão de recursos hídricos, adaptação às mudanças do clima, conservação da biodiversidade e combate à desertificação para coleta de percepções e entendimentos sobre soluções baseadas na natureza na bacia do São Francisco. O Grupo ainda visa fomentar a discussão e o conhecimento sobre o programa de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na BHSF e realizar reuniões com atores envolvidos no programa para avaliar a efetividade e identificar lacunas e oportunidades de aprimoramento da atividade. Um documento com recomendações deve ser produzido para o fortalecimento das ações.
“Também temos a meta de apoiar ações de monitoramento ambiental para a BHSF, alinhadas às diretrizes do GT, por meio da realização de reuniões com atores chave e proposição de oficinas. Então, o cronograma prevê a realização de oficinas e webinários para apresentação e discussão das boas práticas compiladas”, explicou Tofeti.
À medida em que as informações forem coletadas, os membros do GT devem realizar visitas de campo com o objetivo de conhecer a realidade da bacia hidrográfica, observar processos de degradação, projetos em andamento e casos de sucesso como recuperação ambiental, conservação e adaptação às mudanças climáticas, e dialogar com comunidades, gestores e especialistas. A previsão é de que as visitas aconteçam pelo menos uma vez por semestre com duração de uma semana.
O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar, destacou a importância do cumprimento da agenda no sentido de pensar e propor ações efetivas para a desertificação na bacia do São Francisco e sugeriu inicialmente alguns locais que já podem ser visitados. “Podemos programar visita ao município de Jaguarari onde foram realizadas intervenções na Serra dos Morgados. Financiado pelo CBHSF, o trabalho garantiu a recuperação de nascentes e fez um dos rios mais importantes da região voltar a correr”, destacou, se comprometendo em avaliar outras experiências realizadas por entidades visando a convivência com a seca.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Leo Boi