Técnicos da Agência Nacional de Águas estiveram na última quinta-feira (09.07) no município de Paramirim, no sudoeste da Bahia, para ouvir a população local sobre uma possível solução acerca do conflito pelo uso da água que envolve a barragem do Zabumbão, localizada na bacia hidrográfica dos rios Paramirim e Santo Onofre, principal afluente na margem direita do rio São Francisco.
Isso porque os moradores são contra a proposta de construção da adutora do Zabumbão, prevista pelo governo do estado, com investimentos da União que chegam à ordem de R$160 milhões. O projeto aposta na modernização do Vale do Paramirim, aumentando a oferta hídrica de seis cidades baianas. São elas: Boquira, Macaúbas, Rio do Pires, Ibipitanga, Caturama e Paramirim, todos municípios do Médio São Francisco.
O atual presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Paramirim e Santo Onofre – CBH Paso, Anselmo Barbosa Caires, explica que o projeto terá a sua efetividade comprometida uma vez que o açude está há mais de cinco anos sem atingir volume superior a 50% da sua capacidade, “indo em sentido contrário à solicitação do governo estadual de aumentar a atual captação de água do reservatório (vazão) de 100l/s para 523,9l/s, a fim de atender o projeto”, disse.
Caires acredita que, caso seja implementada o que ele chama de “transposição do Zabumbão”, a represa não só secará como comprometerá a distribuição de água de pequenos e grandes usuários. “Infelizmente, nós, cidadãos paramirinhenses, sabemos que não haverá água suficiente para todos. No nosso entendimento, para atender essa demanda será necessário a construção interligada de duas novas barragens, que não está no escopo financeiro do projeto”, contou. Segundo ele, a pretensão do governo é aumentar o abastecimento de 56 mil pessoas para 196 mil.
O próximo passo é aguardar a autorização ou não da Agência Nacional de Águas sobre a viabilidade técnica e econômica do projeto.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF