24/06/2022 - 17:15
O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco vai beneficiar mais uma comunidade indígena com projeto de proteção da biodiversidade e requalificação ambiental. A ação inicial prevê a elaboração do Termo de Referência para execução de projeto que visa a proteção de área do povo Pipipã da Aldeia Travessão do Ouro, localizada no município de Floresta, Pernambuco.
A comunidade indígena, representada pelo Cacique Valdemir Amaro, apresentou o Projeto “Zelando e Cuidando da Mãe Terra: O retorno que a terra pode nos dar” ao CBHSF, em atendimento ao edital de chamamento público de demanda espontânea 01/2018. O projeto apresentado demandou a construção de barragens subterrâneas para aproveitamento das águas pluviais, além de buscar a proteção do solo através do favorecimento de ações produtivas de alimentos, implantação de viveiros de espécies nativas e apoio na estruturação de centro de referência em recuperação de áreas degradadas.
As equipes técnicas da empresa ASL Consultoria e Projetos, contratada pelo CBHSF através da Agência Peixe Vivo para produção do estudo, irão apontar a orientação das ações necessárias e possíveis para execução posterior pelo CBHSF, que deve contratar empresa especializada para esse segundo momento.
“Os projetos hidroambientais em comunidades tradicionais seja indígena, quilombola, pescador artesanal, fundo de fecho de pasto, agricultores familiares, são importantíssimos porque são justamente as comunidades tradicionais que preservam a mata, o rio. O indígena, na sua própria natureza, já preserva, é algo que está em sua, assim como também nas demais comunidades que usa de forma coletiva para criação e plantio, ou seja, para sua subsistência. Então, investir nessas comunidades é investir na proteção da natureza, garantir a natureza viva e, consequentemente, qualidade de água”, reforçou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar.
O povo Pipipã constitui uma das etnias historicamente habitantes da Reserva Biológica de Serra Negra, uma das primeiras do Brasil, localizada entre os municípios de Tacaratu, Floresta e Inajá em Pernambuco. Atualmente, a visitação ao local é permitida apenas para fins educativos e de pesquisa científica.
Segundo dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (SIASI) a população aldeada do povo Pipipã, que já chegou a ser considerada extinta na metade do século XIX, contabiliza atualmente pouco mais de 1.000 indígenas. Desde o século XVIII, há registros do povo Pipipã na região Moxotó.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Leo Boi
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