
Nos dias 5 e 6 de agosto, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH Pará) e o Comitê dos Afluentes do Alto São Francisco (SF1) promoveram, em Santo Antônio do Monte, o 1º Fórum de Integração das Bacias Hidrográficas dos Afluentes do Alto São Francisco e do Rio Pará (SF1 e SF2). O encontro representa um avanço na gestão integrada das águas em Minas Gerais, fortalecendo o diálogo entre os comitês e os municípios envolvidos.
Com mais de 20 municípios em sua área de abrangência, a região dos afluentes do Alto São Francisco (SF1) é estratégica por abrigar as nascentes do Rio São Francisco, um dos mais importantes cursos d’água do país. Já o território do SF2, que conta com a atuação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará (CBH Pará), reúne 27 municípios e também desempenha um papel crucial na preservação e no uso sustentável dos recursos hídricos. A integração entre essas duas regiões é fundamental para garantir a conservação das águas do Velho Chico, desde a nascente até os trechos mais a jusante. O fórum foi organizado justamente para fortalecer os vínculos entre os comitês e os municípios, promovendo uma gestão mais articulada e eficiente das bacias.
Representando o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel de Oliveira, o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Alto São Francisco (CCR Alto SF), Altino Rodrigues, destacou que a proposta do evento é tornar visível um trabalho de integração que já vem sendo feito há muito tempo. “O São Francisco já atua na perspectiva da integração entre os territórios há bastante tempo, mas muitas vezes isso não é percebido. Quando SF-1 e SF-2 se reúnem para mostrar suas ações, fica evidente que a maioria dos investimentos realizados nesses territórios foi feita por meio do Comitê do São Francisco, com foco na integração. Há uma compreensão clara dentro do comitê de que não existe o Grande Rio São Francisco sem seus afluentes. Por isso, investimos fortemente em todos os territórios, com uma visão sistêmica e ecológica da bacia como um todo”, afirmou.
Integração
Flávio Andreote dos Santos, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes do Alto São Francisco (SF1), destacou a relevância do evento como um marco para além dos próprios comitês. “A importância dessa integração é extrema, porque agrega tanto a bacia do SF-1 quanto a do SF-2, ultrapassando os limites institucionais dos comitês. Envolve o poder público, organizações não governamentais e toda a sociedade civil. Isso fortalece não apenas os comitês, mas também a proteção hídrica e o sentimento de pertencimento, especialmente por parte do produtor rural, que muitas vezes se sente distante das decisões sobre a gestão da água. Quando promovemos um evento que convoca todos os setores a agir conjuntamente pela preservação ambiental, colhemos frutos positivos e fortalecemos uma cultura de cuidado com os recursos hídricos”, concluiu.
Rúbia Mansur, diretora-geral da Agência Peixe Vivo, destacou a importância do momento para o avanço da integração entre os territórios da bacia do São Francisco. Segundo ela, a discussão ocorre em uma fase especialmente oportuna, já que a Agência, agora responsável pela gestão de todos os afluentes mineiros da bacia, tem tratado o tema como prioridade na elaboração dos planejamentos orçamentários. “A integração traz inúmeros benefícios, como a otimização de recursos, o fortalecimento político e, principalmente, o aprimoramento da gestão hídrica do São Francisco. A Agência Peixe Vivo se orgulha em participar dessa construção e somar esforços para que essa integração se concretize de forma efetiva”.
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Com uma programação voltada à apresentação de experiências bem-sucedidas, o fórum reuniu especialistas e representantes de instituições em painéis temáticos. Um dos destaques foi o painel sobre “Gestão e Integração Hídrica em Minas Gerais”, que contou com a participação de Marcelo da Fonseca, diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), e Rúbia Santos Barbosa Mansur, diretora-geral da Agência Peixe Vivo. Outro painel abordou a “Articulação e Integração entre os Comitês de Bacias”, com contribuições de Poliana Valgas, presidente do CBH Rio das Velhas, e Débora Emília da Silva, representante do Fórum Mineiro de Comitês de Bacias Hidrográficas (FMCBH) pelo CBH SF1.
Já o painel “PSA e PRA – Produzir Sustentável” promoveu reflexões sobre segurança hídrica, produção sustentável nos territórios mineiros e mecanismos de pagamento por serviços ambientais. Participaram Janaina Mendonça, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), e Rossini Ferreira Matos Sena, especialista em recursos hídricos da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: João Alves
*Fotos: João Alves