CTAS se reúne para avaliar relatórios iniciais de estudo dos aquíferos Urucuia e Cárstico

09/06/2021 - 17:16

Com foco em avaliar os primeiros produtos entregues do “Estudo para entendimento da utilização das águas na área de influência do Aquífero Urucuia e Aquífero Cárstico na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco”, os membros da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas (CTAS) se reuniram na tarde desta terça-feira (08), em videoconferência.

O estudo está na fase dois dos seis produtos que devem ser entregues ao final do trabalho, previsto para os próximos sete meses. Ao todo, a empresa contratada, por meio de licitação, pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, através da Agência Peixe Vivo, tem o prazo de execução de 12 meses.

O aquífero Urucuia ocupa uma área de 126 mil km², abrangendo seis estados do Brasil: Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Goiás e Minas Gerais. O oeste baiano tem a maior área de exposição com 82 mil km², correspondente a 65% da área total, que inclui os territórios das bacias hidrográficas dos rios Carinhanha, Corrente e Grande, afluentes do rio São Francisco, como os principais rios inseridos na porção territorial do aquífero Urucuia. Esses afluentes, área do foco do estudo, são mantidos pelo aquífero na época de estiagem, mantendo perenes diversos cursos d’água. O estudo desenvolvido envolve mais especificamente os trechos destas bacias inseridas nos domínios dos Sistemas Aquíferos Urucuia (poroso) e Bambuí (cárstico).

“Os primeiros produtos estão bem estruturados trazendo uma compilação com muitos dados de instituições e órgãos compondo os primeiros relatórios. Agora é hora de continuarmos avaliando os dois relatórios porque as decisões futuras desta Câmara Técnica serão baseadas nesse estudo”, ressaltou João Pedro da Silva Neto, membro da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas e integrante do grupo de trabalho Urucuia, criado para acompanhamento dos estudos.

O Plano de Recursos Hídricos (PRH-SF 2016 a 2025), por meio do seu Caderno de Investimentos, elencou no Eixo III (Quantidade de água e Usos múltiplos), a meta III.1 que prevê, até 2025, melhorar o conhecimento sobre as disponibilidades de águas superficiais e subterrâneas e as vazões necessárias à proteção dos ecossistemas. Além disso, também apontou na atividade III.1.d – Estudo para definição de vazões ambientais com a preservação do meio ambiente.

O estudo, com foco na disponibilidade hídrica e nos diversos usos, tem ainda os objetivos de compilar e validar os dados presentes em estudos nos aquíferos Urucuia e Bambuí (cárstico) levando em consideração sua disponibilidade hídrica e os usos porventura identificados em literatura especializada e/ou fontes consagradas,  realizar a caracterização dos aspectos geológico, hidrogeológico, geofísico, climático, vegetacional e agronômico a partir de fontes teóricas apropriadas e de reconhecida expertise, realizar uma análise crítica dos aspectos legais, técnicos e políticos dos entes federados (Bahia, Minas Gerais e a União) relacionados à gestão das águas superficiais e subterrâneas, enfocando uma possível ausência da existência de um mecanismo de gestão integrada destas águas, levantar, por meio de imagem de satélite de alta resolução, as áreas irrigadas na região de estudo, estimar os volumes retirados para irrigação e das vazões afluentes das três bacias hidrográficas (Carinhanha, Corrente e Grande) para o rio São Francisco.

Cumprida a fase de Plano de Trabalho, agora o trabalho segue na compilação e validação dos estudos existentes no Urucuia e Carste nas bacias dos rios Corrente, Grande e Carinhanha, com foco na disponibilidade hídrica e nos seus diversos usos. As próximas etapas ainda compreendem a análise crítica dos aspectos legais, técnicos e políticos dos entes federados (Bahia, Minas e União), nas questões relacionadas ao uso e à gestão das águas superficiais e subterrâneas; imageamento detalhado, com enfoque no uso das águas nas três bacias citadas, incluindo toda a extensão territorial dos aquíferos Urucuia e Carste; estimativa das vazões afluentes das bacias do rio Carinhanha, rio Corrente e rio Grande para o lago de Sobradinho e dos volumes explotados dos diversos mananciais; e o relatório final e recomendações

“Não se sabe quanto de água sai do aquífero, ponto crítico e objetivo deste estudo, então vamos reservar um olhar aprofundado para a análise desses produtos”, concluiu o coordenador do CTAS, José Almir Cirilo.

 


Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
Texto: Juciana Cavalcanti
Foto: Manuela Cavadas