Texto: Delane Barros e Fotos: Edson Oliveira
O vice-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, fez a abertura da XXXII Plenária Ordinária do colegiado, na manhã desta quinta-feira (18 de maio), no hotel Golden Tulip, em Recife (PE). Coube a ele iniciar as atividades em substituição ao presidente do Comitê, Anivaldo Miranda, afastado para tratamento de saúde. Oliveira destacou o caráter transparente e plural do CBHSF em todas as suas ações e atividades.
O secretário do CBHSF, Lessandro Gabriel da Costa, lembrou de quando começou uma ação em Lagoa da Prata (MG), seu município, para o plantio de mais de cem mil mudas e chegou ao Guiness, o livro dos recordes. “Nosso objetivo nem era esse, mas mostrar o pedido de socorro do rio”, disse Lessandro.
Após a abertura oficial, o presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), Marcelo Asfora, falou como anfitrião do encontro. De acordo com Asfora, o estado de Pernambuco ganha ao sediar o local das discussões referentes ao São Francisco. “A crise hídrica se apresenta de maneira muito forte e Pernambuco também é atingido, então é importante discutirmos sobre esse tema, para sairmos em busca de soluções”, resumiu ele.
O secretário Executivo do Ministério da Integração Nacional, Irani Braga, ressaltou que a crise hídrica exige atuação firme. “É bem verdade que nem sempre temos todas as respostas, mas temos a disposição de somar para encontrar saídas para a crise”, resumiu o representante do Ministério da Integração. Ainda na abertura dos trabalhos, a presidente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), Kênia Marcelino, apenas reforçou as palavras de Irani Braga.
O diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Varela, admitiu que a crise hídrica atual tem forçado a adoção de medidas difíceis. “Mas se não fosse assim, tenham certeza de que a situação seria muito pior. A ANA está ao lado de Comitê para gerenciar essa crise”, concluiu.
Ainda na solenidade de abertura, o prefeito do município alagoano de Traipu, representante da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Eduardo Tavares, fez um relato da realidade do rio. “O problema do São Francisco é muito sério. Em cada uma das regiões fisiográficas são vistos problemas e dificuldades. É preocupante a realidade. Eu moro em frente ao rio e vejo o fundo do manancial”, disse.
Tavares apelou para uma ação efetiva com vistas ao replantio das matas ciliares e buscar outras. Para enfrentar o problema, o prefeito alagoano sugeriu a construção de barramentos de contenção em dois pontos próximos à foz, entre Alagoas e Sergipe. “Não vejo outra solução e eu não quero ver o fim do rio São Francisco”, finalizou, prometendo unir prefeitos em defesa dessa sua proposta.
Os coordenadores das Câmaras Consultivas Regionais (CCR’s) também se pronunciaram sobre o papel do Comitê e as diversas ações executadas com os recursos oriundos da Cobrança pelo Uso da Água bruta do São Francisco.
O vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, propôs à plenária a aprovação de uma menção honrosa em favor de Paulo Varella, que está encerrando suas atividades na ANA, como demonstração de respeito pela atenção sempre dedicada por Varella na condução dos trabalhos do CBHSF. A proposta foi aprovada por unanimidade.