Só deixo o meu Cariri no último pau de arara

13/11/2013 - 17:45

“Tomara que chova logo. Tomara, meu Deus, tomara. Só deixo o meu Cariri no último pau de arara”. A música de José Guimarães – Corumba – Venâncio, já interpretada por grandes vozes da música brasileira, como Gilberto Gil e Fagner, retrata a falta de água no sertão nordestino, na região do Cariri, local que atualmente recebe obras da transposição do rio São Francisco. A música também cita um típico meio de transporte nordestino, o pau de arara.
Era comum ver as famílias migrarem de um lugar para o outro dentro de caminhões adaptados para o transporte de pessoas, neles existiam tábuas de madeira, que serviam como assentos, e um forro de lona, que servia como cobertura para proteger as pessoas do sol. Em um trecho do filme Central do Brasil a personagem Dora, interpretada por Fernanda Montenegro, acompanhada de Josué, interpretado por Vinícius de Oliveira, viaja parte do caminho de encontro ao pai do garoto em um desses caminhões.
Hoje esse meio de transporte é considerado ilegal pela legislação brasileira de trânsito, mas ainda é permitido em alguns lugares, em momentos específicos, como nas romarias religiosas que acontecem em Juazeiro do Norte, no estado do Ceará, e na cidade baiana de Bom Jesus da Lapa, que está inserida na bacia hidrográfica do rio São Francisco.