GAT e CTPPP discutem sobre operação dos reservatórios

21/09/2015 - 11:44

Reunidos nos últimos dias 17 e 18 de setembro, em Belo Horizonte (MG), membros da Câmara Técnica de Planos Programas e Projetos – CTPPP e do Grupo de Acompanhamento Técnico – GAT, este criado especificamente para acompanhar a atualização do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio São Francisco, discutiram sobre o andamento dos trabalhos de atualização do Plano. No primeiro dia, a reunião foi conjunta (CTPPP e GAT) e contou com a presença do especialista em Operação de Reservatórios, Rodolpho Ramina, que foi contratado pelo Comitê do Velho Chico para elaborar um parecer técnico sobre o assunto. Para ele, a gestão de recursos hídricos no Brasil “está desrespeitando totalmente” a Lei das Águas (9.433/97).
“É necessário que hajam diretrizes e critérios claros para a regulação e operação dos reservatórios. É importante que no desenvolvimento dos estudos do setor elétrico o Plano de Bacia do São Francisco seja considerado para atendimento aos usos múltiplos. Isso nunca foi feito, assim como a Lei das Águas também nunca foi respeitada por diversos órgãos como deveria”, desabafou Ramina.

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Com a fala, o especialista Rodolpho Ramina


Membro do Comitê representando a Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, Johann Gnadlinger enfatizou que cada instituição tem que assumir a sua função na gestão dos recursos hídricos para barrar os descumprimentos da Lei. “Cada um tem que assumir a sua responsabilidade e pensar que os usos múltiplos devem ser respeitados. O Comitê não vai seguir essa lógica de desrespeito a quem precisa das águas do rio. Temos que pensar em todos, por isso é importante ampliar a discussão sobre a democratização dos recursos hídricos socialmente, ambientalmente e economicamente”, observou.
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Membro do CBHSF, Johann Gnadlinger , fala sobre o compromisso das instituições


Para a professora da Universidade Federal da Bahia, especialista em assuntos de vazões e integrante da CTPPP, Yvonilde Medeiros, o momento é propício para que sejam tomadas decisões importantes rumo ao desenvolvimento e ao respeito às políticas de gestão das águas. “Estamos vivendo um momento da crise e se a gente pressiona agora é muito estratégico, porque os políticos só dão atenção às coisas quando elas estão na crise. O ponto mais importante do Comitê é discutir a alocação de águas para os usos múltiplos”, disse.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF