Foi realizada, na última terça-feira (07), a 6ª reunião do ano de 2022 da Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco, que é encabeçada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e órgãos como Governo, entidades, irrigantes, além de usuários discutem as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco.
Joaquim Gondim, superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, abriu a reunião e mencionou que “nos últimos dias houve chuvas intensas na região do Baixo São Francisco ocasionando alguns problemas nos projetos de irrigação decorrentes de drenagem”.
A primeira apresentação foi realizada pelo técnico do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Marcelo Seluchi, que mostrou por meio de gráficos o balanço dos últimos 30 dias. “Estamos no auge da estação seca da região central do Brasil. Chove muito pouco na maior parte da bacia. Entretanto, há chuvas bem abundantes concentradas na região Nordeste, acima da média, dentro da bacia São Francisco a jusante de Sobradinho. Toda parte mais baixa do São Francisco foi afetada por chuvas acima da média. Fundamentalmente, estão ligadas a temperatura do Oceano Atlântico que se encontra mais quente que o normal. Essas chuvas no Nordeste se produzem, em boa parte, pelo contraste de temperatura que existe entre o oceano, que está mais quente, e a terra, que fica mais fria no período da madrugada e manhã. Isso é o que está por trás e se manterá pelas próximas semanas”, disse.
A representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luana Gomes, trouxe a avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco, bem como um diagrama esquemático e situação de armazenamento dos reservatórios. “Destacamos as principais usinas e reservatórios da bacia do rio São Francisco, como Três Marias, Sobradinho e Itaparica, que juntos equivalem a 17% da energia armazenada do Sistema Interligado Nacional. Mostramos a importância dessa bacia tanto na gestão de recursos hídricos, como no atendimento energético do SIN”, explicou.
O representante da CODEVASF apresentou a situação dos projetos de irrigação na região de Igreja Nova e Porto Real do Colégio, ambas cidades alagoanas que foram prejudicadas devido ao excesso de chuvas nas últimas semanas. Segundo o representante, a situação hoje é de paralisação dos projetos por conta dos alagamentos e ele pede apoio dos órgãos competentes para dar uma solução ao caso. Ele disse ainda que a CODEVASF está trabalhando na etapa do diagnóstico e levantamento dos danos para restabelecer as dinâmicas de trabalho.
“Estamos em uma situação de chuva principalmente na região do baixo São Francisco, que tem impactado os projetos de irrigação. É uma chuva local que não decorre da operação da hidrelétrica de Xingó. As vazões estão abaixo desse valor que foi operado na época de cheias. Os afluentes não controlados e a própria chuva local dentro do projeto podem trazer prejuízos ao dique que é supervisionado pela CODEVASF”, comentou Joaquim Gondim.
O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, está acompanhando a situação das chuvas que caem há alguns dias na região do baixo São Francisco e nos distritos de irrigação e irá verificar junto à superintendência da CODEVASF e à ANA os danos e os prejuízos que foram causados. “Nos encontramos em alerta e iremos, enquanto Comitê, avaliar todas as situações no tocante ao rio São Francisco e ribeirinhos”, finalizou.
A próxima reunião está marcada para o dia 05 de julho às 10h. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da ANA, em Brasília (DF), e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.
Confira a reunião na íntegra:
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Foto: Juciana Cavalcante