O projeto se refere à instalação permanente de viveiro florestal com reuso do efluente tratado.
Na última sexta-feira (18), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) realizou no município de Santana do Ipanema (AL), no auditório da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), um seminário de apresentação do Termo de Referência relativo à instalação permanente de viveiro florestal com reúso do efluente tratado. O projeto foi apresentado pela empresa de Consultoria e Engenharia – DHF e teve a presença de representantes da Companhia de Saneamento de Alagoas (CASAL), do CBHSF, do Instituto Federal de Alagoas (IFAL), das secretariais municipais, da Prefeitura do município e da Agência Peixe Vivo.
O engenheiro da empresa DHF, Davyd Faria, disse que o objetivo do projeto é implantar um viveiro florestal de mudas na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) de Santana do Ipanema, atentando para a ação prática da gestão ambiental como forma de fomentar o uso do efluente tratado, produção científica e atividades de educação ambiental na região do baixo São Francisco. “Iremos mais especificamente implantar um viveiro de mudas na ETE de Santana do Ipanema, demonstrando a viabilidade do uso do efluente tratado na fertirrigação. Também pretendemos desenvolver um modelo de viveiro replicável a outros sistemas de tratamento que estejam sob mesmas condições, produziremos mudas de espécies nativas da caatinga. Será fomentada a promoção da gestão ambiental associada a ações de educação ambiental e os representantes da CASAL, bem como lideranças locais serão capacitadas para garantir a sustentabilidade do projeto”, explicou.
A mobilização social é um dos pontos que merece destaque dentro do projeto, pois é o que ajudará na continuidade dele. Dentre as atividades da mobilização social, estão seminários, cursos de treinamento, produção de folhetos, folders, panfletos e cartilhas, produção de banners com orientação para toda comunidade da região trabalhar junto na manutenção do viveiro.
Segundo a Rosa Cecília, secretária da CCR Baixo São Francisco e representante da sociedade civil de Sergipe, este termo de referência é bem interessante e necessário para a área escolhida. “É imprescindível a execução deste projeto para a região, pois com as árvores, o local tende a se desenvolver melhor. Importante frisar que toda região em torno do Rio Ipanema precisa ser reestruturada. Quanto mais árvores tivermos, teremos mais possibilidade de ter a produção de águas subterrâneas”, disse.
Para o Antônio Ramos, supervisor de Coleta e Tratamento de Esgotos da Unidade de Negócio da Bacia Leitei, o Eco Ete é um projeto inovador no nordeste, sobretudo, porque surgiu com a missão de encabeçar discussões importantes no estado de Alagoas, no que se refere ao manejo sustentável de efluentes tratados e a relevância do reúso enquanto ferramenta importante de convívio com a seca. Segundo dados recentes mais de 60% da água produzida no Brasil é utilizada para fins agrícolas: o reúso adentra com grande potencial nesse segmento, sobretudo em regiões de semiárido. “O projeto une a produção de mudas nativas na caatinga com usufruto de água de reúso. Educação ambiental com extensão. Produção científica com fortalecimento das práticas agroflorestais voltadas a geração de renda em comunidades rurais locais foi uma sacada genial. O Comitê está nos ajudando a tornar um projeto antigo uma realidade e tenho certeza que faremos desse projeto um case de sucesso, um marco para a região do médio São Francisco”.
De acordo Manoel Vieira, assessor técnico da Agência Peixe Vivo, “este projeto é pioneiro na região do baixo São Francisco, uma vez que vai utilizar para irrigação das plantas que serão produzidas no viveiro o efluente tratado pela CASAL no município de Santana do Ipanema (AL)”.
Vieira informou que o projeto está previsto para execução em 2020.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: DHF