Na solenidade de abertura da XIII Reunião do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, ocorrida na noite de ontem, dia 29, no Hotel Delmar, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Márcio Macedo, destacou a importância do rio São Francisco para Sergipe. Ele falou sobre a dependência do Estado em relação a bacia hidrográfica do São Francisco, uma vez que ela representa 95% da disponibilidade hídrica de Sergipe e o abastecimento de 60% da grande Aracaju.
Na oportunidade, o secretário apontou as principais ações desenvolvidas pelo Governo do Estado na área de recursos hídricos. Enfatizou a instalação dos comitês do Rio Sergipe, Piauí e Japaratuba, sendo os dois últimos instalados na gestão do governador Marcelo Déda.
Ressaltou a ampliação, melhoria e automação dos sistemas integrados adutoras do Alto Sertão e Sertaneja e implantação da adutora do Semi-Arido, que irá beneficiar 250.000 pessoas na primeira etapa da obra e 330.00 no final do plano. A adutora abrange 24 sedes dos municípios e mais de uma centena de povoados e as comunidades rurais.
O secretário salientou ainda a apresentação da Carta Consulta ao Getec/Seain, que objetiva fortalecer a gestão ambiental e dos recursos hídricos de Sergipe, bem como promover a revitalização da bacia hidrográfica do Rio Sergipe. O valor do projeto apresentado é de US$ 112,3 milhões, em 5 anos. Destacou também o fato de ter recebido, por objection do Banco Mundial, o aval para elaboração do plano estadual e dos planos diretores das bacias hidrográficas dos rios Sergipe, Piauí e Japaratuba, previsto para dezembro de 2009, entre outras ações do Governo do Estado na área de recursos hídricos.
Com relação a XIII Plenária do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, que objetiva discutir a cobrança pelo uso da água do Velho Chico e a criação de uma agência única para gerir os recursos arrecadados, Márcio disse saber da importância desses instrumentos para o fortalecimento da gestão da BHSF. “Entendo que o comitê coloca na sua pauta temas importantíssimos e que faz parte de um acúmulo a qual já vem trabalhando. Desejo que nesses três dias de plenárias haja debates livres, democráticos e soberanos, uma vez que o comitê é uma organização dotada de instrumentos movidos sem interferências de forças políticas”, declara o secretário.
De acordo com o presidente do CBHSF, Antônio Thomaz da Mata Machado, a cobrança pelo uso da água do rio, bem como a criação da agência, são pautas que já vêm se arrastando por muito tempo durante a realização das plenárias e que agora chegou o momento de se tornar realidade. Acredita que o comitê ira aprovar a criação da agência, que segundo ele, é fundamental para a sua independência.
“São duas pautas relevantes a serem discutidas. O comitê definindo para onde vai o recurso e a agência executando o que foi definido pelo comitê”, declara Tomaz, enfatizando que vários serão os benefícios trazidos pela proposta de cobrança pelo uso da água, a exemplo da recuperação de matas ciliares, de topo e de barragens, além da própria revitalização do rio São Francisco. Antecipa que, na fórmula da proposta para a execução dos pagamentos, quem poluir mais, pagará mais por isso.
Para o diretor da Agência Nacional de Águas, (ANA), Benedito Braga, o comitê não se estabelecerá verdadeiramente enquanto ele não obtiver independência financeira. Afirma que enquanto ele tiver dependendo apenas de recursos de governos, o comitê estará sempre tendo dificuldade no desempenho das ações.
“Tanto a cobrança quanto e a criação da agência são implantações relevantes para o comitê. Na situação atual, o comitê não tem como dar conseqüência as suas vontades. Com a criação da agência única e da taxa de cobrança, o comitê sairá dessa condição. Cobrança e agência andarão de mãos dadas, será um marco para no desempenho das atividades do comitê “, aponta Benedito.
Participantes: Representantes de várias instituições do Estado de Sergipe, Alagoas, Brasília, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Goiás estiveram presentes na abertura da plenária, que prossegue até amanha, 31, numa realização do CBHSF e da ANA. Entres eles, os secretários do Meio Ambiente de Sergipe e Alagoas, Marcio Macedo e Catarina Pires respectivamente; o diretor da Agencia Nacional das Águas, Benedito Braga; o presidente do CBHSF, Antonio Thomaz Matos Machado; o representante do Ministério do Meio Ambiente MMA, Júlio Tadeu Keitchut; os superintendentes da Codevasf de Alagoas, Antônio Nelson, de Minas Gerais Dr. Anderson e de Sergipe, Antonio Viana Filho; o diretor-presidente da Eletrobrás Othon Luiz; o representante do Ministério da Integração Nacional, Rosalvo Júnior; o secretário da Agricultura, Paulo Viana; o secretário-adjunto do Meio Ambiente, Marcos Santana; o diretor-presidente da Adema, Genival Nunes; o deputado estadual Wanderlê Correia; o presidente da Deso, Max Maia; o superintendente do Ibama Manoel Rezende; o representante do Ministério de Minas e Energia, Renato Dália, entre outros.