O plenário da Câmara Municipal de Neópolis, em Sergipe, serviu de palco na manhã desta terça-feira (8 de maio) para a realização do Seminário Inicial de Elaboração do Diagnóstico Hidroambiental de Nascentes da Bacia Hidrográfica do Rio Betume, principal afluente do Rio São Francisco, na margem direita do estado sergipano. A plateia, formada, principalmente, por representantes de gestores municipais e proprietários de terras, acompanhou a apresentação do seminário.
A abertura dos trabalhos contou com o prefeito do município de Neópolis, Luiz Melo de França, que salientou a importância do projeto. “O nosso Rio São Francisco está morrendo e todas as ações possíveis devem ser promovidas para preservá-lo. Então, esse trabalho de identificação e recuperação de nascentes é essencial”, resumiu o prefeito. A promotora de justiça da área ambiental do Ministério Público do Estado (MPE) de Sergipe, Allana Raquel Monteiro, também presente na abertura do seminário, destacou o apoio do órgão estadual em todas as ações em prol do Velho Chico.
A promotora lembrou que tem atuado diretamente em projetos que contribuem com a preservação e manutenção do Rio. O membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Antônio Jackson Borges, representou o colegiado no início da solenidade. “Nossa arrecadação é pequena para uma bacia com a dimensão do São Francisco. No entanto, temos agido com firmeza e determinação para executar ações capazes de oferecer maior quantidade e qualidade de água para o nosso rio”, resumiu.
O coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Baixo São Francisco, Honey Gama, também participou do evento e revelou sua expectativa em relação às intervenções. “Quero pedir o envolvimento de todos vocês aqui. O Comitê não vai se apropriar de terras, muito pelo contrário. Queremos o comprometimento de todos na manutenção das obras que forem executadas. Ainda será feita a licitação para contratar a empresa responsável pela execução das obras e vocês também serão informados”, afirmou Gama, dirigindo-se à plateia formada por representantes dos gestores dos municípios inseridos na bacia do rio Betume e proprietários de terras.
O diretor da Saneamb, Weberton de Freitas Santos, empresa vencedora da licitação para o levantamento do diagnóstico, fez uma rápida apresentação do quadro geral da bacia do Rio São Francisco e descreveu o trabalho a ser executado no Rio Betume. Segundo ele, estão previstas ações de mobilização social, planejamento, pré-identificação de nascentes, levantamento de campo, elaboração do plano de ações e o do termo de referência.
O trabalho de elaboração do diagnóstico hidroambiental da empresa envolve seis municípios sergipanos, banhados pelo Rio Betume. Weverton apresentou uma amostragem, a qual indica possíveis nascentes a serem recuperadas, mas a definição desses pontos só será possível após visita da equipe técnica responsável. Para o trabalho de recuperação, é necessário o consentimento e o apoio do proprietário da área.
As próximas etapas do cronograma de atividades da empresa são a apresentação do diagnóstico, prevista para o dia 24 de julho; apresentação do plano de ações e proposta do termo de referência, planejado para o dia 23 de agosto; e o seminário final, marcado para 28 de setembro.
O representante da Secretaria de Meio Ambiente do município sergipano de Japoatã, José Antonio Silva, revelou que abraçou a iniciativa em outros momentos e assim irá se manter nessa ação no Rio Betume. “Quero aproveitar para pedir o envolvimento dos proprietários de terras para que, também sejam produtores de água”, defendeu ele.
Servidor público municipal e proprietário de terras em Japoatã, José Hortêncio Ferreira não apenas apoiou a realização do trabalho, como também pediu que o trabalho seja ampliado para outras áreas que também podem contribuir com a contribuição de água para o Rio São Francisco.
Seminário inicial do projeto hidroambiental do Rio Betume acontece em Neópolis (SE)
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Delane Barros