A primeira reunião do grupo de trabalho do São Francisco, realizada na tarde da última quarta-feira (13.04), na sede da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília e transmitida por videoconferência, apresentou um resultado considerado positivo pelos participantes. Isso, sobretudo, porque houve um encaminhamento prático das demandas discutidas, conforme considerou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda.
Na reunião discutiu-se as propostas apresentadas pelo Comitê, divididas em sete itens. Elaborado pelos consultores do colegiado Pedro Molinas e Rodolpho Ramina, e pelo pesquisador Chang Kiang, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), o documento foi definido na última reunião da Diretoria Colegiada do Comitê, na semana passada, em Maceió (AL).
O texto propõe “o reconhecimento de que os reservatórios na bacia hidrográfica do rio São Francisco são de usos múltiplos, sendo necessário alocar vazões para satisfazer estes usos variados; a gestão dos reservatórios na bacia exige a definição de estados hídricos seco/úmido/normal e sua caracterização quanto às implicações operacionais; a gestão dos reservatórios terá que considerar um hidrograma ambiental, a ser definido para cada região da bacia hidrográfica do rio São Francisco”.
Para a região do Baixo, o CBHSF recomenda a adoção do hidrograma ambiental definido nos estudos da Universidade Federal da Bahia. Recomenda ainda que sejam desconsiderados os atuais níveis mínimos operacionais dos reservatórios, permitindo deste modo o uso dos volumes intangíveis, nomeadamente em Três Marias (MG) e Sobradinho (BA); e que se considere a operação sustentável dos reservatórios do rio São Francisco como indissociável de uma articulação da gestão da demanda hídrica em nível federal e estadual, incluindo nesta gestão o controle integrado dos usos das águas superficiais e das águas subterrâneas.
A ANA deverá apresentar, dentro de duas semanas, uma base de dados, que irá permitir uma modulação na operação dos reservatórios hidrelétricos instalados no âmbito da bacia do São Francisco. Na abertura da reunião, o presidente do CBHSF esclareceu que a criação do grupo de trabalho atende a uma demanda do colegiado. “Desde 2013 o Comitê alerta para a construção de uma gestão das águas de forma mais sustentável”, ressaltou.
O grupo tem novo encontro no dia 27 de julho, a partir das 14h, igualmente transmitido por videoconferência a partir da sede da ANA.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF