Durante o segundo dia da Oficina de Sustentabilidade Hídrica do Semiárido, aberto pelo coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianeli Lima, novas abordagens foram realizadas sobre como preservar os recursos através de ações simples, mas eficazes. O encontro, finalizado na última sexta-feira (08), gerou ao final um documento que servirá de norte às potenciais ações nesse ambiente.

Os pesquisadores Rodrigo Saldanha e Cassia Juliana Torres abordaram respectivamente os temas “Experiência de alocação negociada da água em regiões semiáridas com baixa disponibilidade hídrica” e “Abordagem nexus na Sustentabilidade do Semiárido: uma proposta”. O sistema permite geração de renda e melhoria da relação com o Semiárido. “A gente espera que com essa oficina possamos avançar em relação ao Pacto Nacional das Águas”, destacou Saldanha.

Durante o período da manhã, os temas abordados criaram uma relação direta reforçando a capacidade do Semiárido e sua preservação. A pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Salete Moraes, ao palestrar sobre a produção de forragem para agricultura familiar destacou a adoção de sistemas integrados para conservação do solo e, consequentemente, proteção da capacidade hídrica.

Avaliando o encontro, a professora e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Yvonilde Medeiros, ressaltou a importância do evento. “Acho que esse momento tem muito a ensinar, não só pela implementação do Plano de Bacia, que é nosso objetivo, como também mostrar para o país que nossas instituições têm experiência para mostrar e por isso precisamos de continuidade para auferir os resultados de tudo que temos a oferecer”, avaliou.

Veja as fotos das apresentações: 

Visita técnica

Parte dos participantes da Oficina seguiram no período da tarde para o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA) onde realizaram uma visita guiada. O Irpaa é uma Organização Não Governamental que estimula, através de diversas atividades, a convivência com o Semiárido. Para isso, desenvolve junto às comunidades soluções que ao mesmo tempo respeitando as características do povo e da terra, sejam capazes de gerar alternativas para uma relação pacífica com a diversidade climática do bioma.

O Irpaa existe há 29 anos e fica sediado no município de Juazeiro, no Norte da Bahia. Com um programa permanente de convivência com o Semiárido, é através da instituição que as populações garantem o seu sustento, por meio das ações de coleta de água, cuidados para evitar a desertificação, preservação e manejo da caatinga, entre diversas outras atividades.

A professora Cecília Machado de Oliveira, do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Jacaré, afirmou que a avaliação do evento é positiva já que a oficina propiciou o conhecimento teórico e prático. “Foi um evento maravilhoso que deu a oportunidade de conhecer não só na teoria, mas também na prática. Conheci e vou replicar esse conhecimento”.

Os visitantes conheceram o funcionamento da fazenda da instituição, que conta com sistemas de reaproveitamento do esgoto doméstico para o uso na plantação. Todo o material de dejetos, inclusive humano, passa pelo processo de reuso onde é feito também o controle de bactérias.

“Sem dúvida tivemos um encontro produtivo que demonstra o quanto há de riqueza no Semiárido. A oficina cumpriu seu objetivo e as discussões seguem no âmbito do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, onde estamos em permanente luta pela preservação da Bacia do São Francisco”, afirmou o coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianeli Lima.

Veja as fotos da visita: 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: Marcizo Ventura