No último dia 04 de outubro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentou aos membros da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco (CCR Baixo SF) o projeto “Indicadores Ambientais e Socioeconômicos para a Gestão Integrada Participativa dos Recursos Hídricos da Foz do Rio São Francisco e Zonas Costeiras Adjacentes”, financiadopelo CNPq. Participaram também do encontro virtual representantes da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Agência Peixe Vivo (APV).
De acordo com o chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros de Aracaju (SE), Marcus Cruz, o objetivo do projeto é o avaliar e validar indicadores ambientais e socioeconômicos como subsídio para a gestão integrada dos recursos hídricos da região estuarina do Rio São Francisco e zona costeira adjacente, gerando indicadores, mapas e software que permitam orientar de forma participativa a tomada de decisões para a formulação e execução de políticas públicas aplicadas ao desenvolvimento sustentável do território. “Dentre os objetivos mais específicos, estão a seleção de variáveis meteorológicas, quantitativas e qualitativas sobre água e sedimentos de fundo do rio para a construção dos indicadores aplicados à gestão integrada dos recursos hídricos na região da foz do Rio São Francisco, realizar a análise espacial do uso e cobertura das terras da área de estudo, extraindo índices espaciais de elementos do meio físico e biótico, identificar e quantificar nutrientes e contaminantes físicos, químicos e biológicos no pescado do estuário do Rio São Francisco e zona costeira adjacente para a construção de indicadores de qualidade ambiental e desenvolver um processo para o uso de moluscos produzidos em laboratório como bio indicador espaço-temporal da qualidade da água e da presença dos contaminantes”, explicou.
Atividades previstas
Estão previstas, no decorrer do projeto, a seleção de variáveis relacionadas ao clima e recursos hídricos, visando o subsídio e construção de indicadores para gestão integrada na região da foz do Rio São Francisco, a análise espacial do uso e cobertura das terras da área estuarina do Rio São Francisco e zona costeira adjacente, através do uso de mapeamentos, informações cartográficas, imagens de sensoriamento remoto e banco de dados geográficos, bem como a identificação e a qualificação de nutrientes e contaminantes físicos, químicos e biológicos em crustáceos e peixes no estuário do Rio São Francisco e zona costeira adjacente, como subsídios para a identificação de fontes de contaminação e apoio na elaboração de políticas públicas.
Anivaldo Miranda, coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco do CBHSF, se comprometeu em apresentar o projeto na próxima reunião com os integrantes da CCR Baixo SF. “Será a oportunidade de alcançarmos os membros de diversas Câmaras Consultivas. Solicito que enviem uma descrição do projeto e informem a interação que desejam ter com o Comitê. Desenvolvemos projetos voltados aos recursos hídricos e é uma boa surpresa saber da existência desse projeto especificamente, porque estávamos precisando de um diagnóstico ligado à região estuarina do Baixo São Francisco”.
Miranda acrescentou que esta é uma região onde há especificidades. “Estamos de olho na possibilidade de colaborar e estudar esse contexto de uma forma mais precisa, dados os problemas do aquecimento global, cunha salina, vazões. Todos estes pontos citados se agravaram, inclusive, pela política hegemonista do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Ministério de Minas e Energia e outros. O projeto tem várias linhas de investigação e pesquisas, e o Comitê tem interesse em interagir. Essa reunião é para dar o pontapé inicial em um futuro trabalho”, contou.
Melchior Nascimento, coordenador da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do CBHSF, pontuou que o Comitê precisa ter dados mais robustos: “Há uma aproximação entre o que está sendo proposto e o que o Comitê precisa, por isso é necessário tomar como referência esse tipo de ação. Tal aproximação dará a possibilidade de parcerias com as agências de fomento e irá amplificar a atuação com grupos como o CNPq e a Embrapa. Dentro dessa relação do plano de recursos hídricos poderemos realizar um trabalho na Bacia do São Francisco, o que acabará refletindo na calha”, explicou.
Para Marcus Cruz, “construir e agregar diversas capacidades de atuação é necessário para uma entrega de relevância na região. Estamos sempre em busca de apoio para colocar em prática nossas ações. Fizemos o convite porque queremos apresentar uma ideia de uma rede de monitoramento das águas em toda calha do São Francisco, focando na gestão dos instrumentos que são essenciais para os recursos hídricos. Queremos ultrapassar essa fase e avançar no monitoramento da qualidade e quantidade das águas. É importante que haja um monitoramento sistemático, com programas mais permanentes que envolvam universidades, companhias de abastecimento de água, secretarias estaduais, IBAMA, agências estaduais, laboratórios”.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Foto: Leo Boi