Quase 60% da vegetação do Alto São Francisco já foi devastada

08/05/2015 - 10:38

De acordo com os dados preliminares da Nemus Consultoria, empresa contratada pelo Comitê do São Francisco para atualização do Plano de Recursos Hdricos da bacia do Velho Chico, cerca de 59% das áreas vegetais nativas do Alto São Francisco já foram devastadas. “O desmatamento total das áreas vegetais cresce a cada dia e está em mais de 47%, sendo que a região do Baixo aparece como a área mais desmatada da bacia”, afirmou o mestre em Geografia Agrária, Silvio Machado, que apresentou os dados durante a oficina setorial sobre agricultura que ocorreu na última quinta-feira (07.05), na cidade de Patos de Minas (MG), no Alto São Francisco. O evento faz parte do processo de atualização do Plano de Recursos Hídricos do Velho Chico.
Considerando toda a bacia do São Francisco, no que se refere à agricultura, milho, cana de açúcar, soja e feijão são os produtos de maior cultivo. Especificamente na região do Alto predomina o milho, sendo que a cana de açúcar tem sua produção ampliada a cada ano. A demanda hídrica para a irrigação em toda a bacia também aumentou de 69% para 77% entre 2002 e 2010. Já no Alto São Francisco o crescimento foi de 18% para 30% e observa-se que, diferentemente de outras regiões, há um equilíbrio no uso porque as outorgas estão divididas principalmente entre abastecimento urbano, indústria e mineração.
Sobre a questão das outorgas, discutiu-se no encontro que uma das preocupações da população, exposta pela Nemus, é a captação irregular das águas. “Desburocratização e maior agilidade nos processos de concessão de outorgas, além de intensificação nas fiscalizações dos usos irregulares são algumas das sugestões para melhorar a situação do uso da água”, disse o promotor do Ministério Público de Minas Gerais, Marcelo Azevedo Maffra, que participou da oficina.
Instituições do poder público municipal e da sociedade civil organizada também estiveram presentes ao encontro, que teve o apoio local do membro do Comitê do São Francisco Wilson José da Silva, que fez a abertura da oficina, conduzida pelo engenheiro ambiental e representante da Nemus Emiliano Santiago. O encontro contou com a presença também de Adson Roberto Ribeiro e Antonio José Rocha, também membros do CBHSF. Compareceu ainda a diretora de integração da agência delegatária do Comitê, AGB Peixe Vivo, Ana Cristina da Silveira.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF