Produtores rurais lutam para recuperar afluente do São Francisco

23/01/2013 - 10:56

Os olhares estão voltados ao pequizeiro que sobreviveu a degradação. À sombra da árvore, seu Pedro se emociona e relembra como o problema começou. “As empresas chegaram aqui com tratores e foram destruindo tudo . O que aconteceu foi um crime”, diz. O pequeno agricultor, de 48 anos, sempre morou na região e sabe bem a importância do rio. “É daqui que tiramos o nosso sustento”, enfatiza.
O Rio dos Cochos nasce no município de Cônego Marinho e deságua no São Francisco. Ele começou a desaparecer há 30 anos, quando o governo federal deu incentivo fiscal e ofereceu, para grandes empresas, uma concessão para plantação de eucalipto na região. Na época houveram muitos desmatamentos e árvores nativas, como pequizeiros, que foram retirados pela raiz.

 
A ação em pouco tempo gerou graves conseqüências, o rio que ajudava no sustento de 300 famílias, desapareceu. “Quando a água começou a diminuir, as comunidades entraram em conflito”, relatou o agricultor Jaci Borges.
A partir daí começou a luta dos moradores para revitalização. Seu Jaci é um dos idealizadores. Em 1995 um diagnóstico da situação foi elaborado, e no ano de 2001, surgiu a Associação dos Usuários da Sub-Bacia do Rio dos Cochos. “Buscamos parcerias com algumas empresas e começamos a trabalhar pela sua revitalização”, explica Jaci.
Segundo o agricultor José Geraldo, a recuperação da mata ciliar e a construção de 850 barraginhas foram às principais alternativas utilizadas por eles, ao longo de 10 anos. “Elas alimentam o lençol freático do rio e combatem a erosão. A capacidade de armazenado é 100 mil litros de água”, diz.
Por meio dessas ações, os moradores observam a transformação do rio. A água traz esperança e muda a realidade das famílias, mas está longe de voltar a ser o que era antes. “Aos poucos, a natureza se transforma e observamos o fruto do nosso trabalho. Até agora já recuperamos 10% do volume de água e a nossa missão continua”, disse o agricultor José Geraldo.
Continue lendo aqui:
Fonte: G1 Grande Minas