Na manhã desta segunda-feira (13) aconteceu a primeira videoconferência do ano promovida pela Agência Nacional de Águas que tem como objetivo discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco. Na oportunidade, dois pontos foram debatidos: o pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para adequação da geração de energia devido à queda das eólicas, e a questão da invasão das plantas aquáticas no Baixo São Francisco que danificaram um equipamento da Companhia de Saneamento do Estado de Alagoas (Casal).
A equipe técnica do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresentou o monitoramento do último mês e as previsões e projeções para a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. A análise se deu com base nas chuvas dos últimos 15 e 30 dias e foram apresentados gráficos dos reservatórios de Três Marias e Sobradinho, além da bacia do rio São Francisco. A equipe declarou que os últimos dias de 2019 foram muito secos, a chuva ficou mais ou menos na média e há previsão de chuva para os próximos sete dias.
Em relação às plantas aquáticas que apareceram recentemente em grande quantidade no rio São Francisco, mais precisamente no município de Pão de Açúcar (AL), e danificaram o equipamento da Casal prejudicando o abastecimento em 19 cidades da região, o superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA), Joaquim Gondim, disse que as vazões serão aumentadas em determinados horários do dia neste mês de janeiro a fim de ajudar no deslocamento delas.
Segundo o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, essa situação das plantas aquáticas que apareceram em Pão de Açúcar e afetaram o equipamento da Casal há alguns dias foi uma informação repassada pelo superintendente da Casal e representante do Comitê, Roberto Lobo. “O aumento dessas plantas acontece com maior intensidade no período do verão, por conta dos fertilizantes jogados no rio, acúmulo de nutrientes e maior luminosidade. Infelizmente a bomba de captação de água foi atingida e prejudicou o fornecimento às comunidades da região”, explicou.
Miranda disse também que a Casal tem tomado algumas medidas para minimizar os danos na região, mas as plantas acabam retornando. “O problema é recorrente, mas precisamos de uma solução definitiva com algo ligado ao saneamento básico e revitalização. Essa questão do aumento, ou melhor, invasão das plantas, atrapalha a navegação e também atinge equipamentos. O Comitê tem acompanhado as ações e nós contamos com vocês da ANA e demais órgãos para colaborar conosco a fim de minimizar os impactos”.
Roberto Lobo, superintendente da Casal e membro do CBHSF, contou que a situação é bem crítica na bacia leiteira. “Há uma grande concentração dessas plantas aquáticas que acabaram por obstruir o equipamento da Companhia. Acreditamos que, com os picos de vazão, as plantas poderão ser encaminhadas para o mar. Neste momento fomos obrigados a fazer um rodízio no abastecimento para atender todos os municípios”.
Na ocasião, o vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, que é de Penedo (AL), agradeceu aos presentes na reunião pelo aumento da vazão no rio São Francisco no período de dois eventos importantes para a região: a festa náutica e a festa de Bom Jesus dos Navegantes. “Agradecemos à CHESF, à Marinha e à ANA. Os eventos foram um sucesso. O percurso tradicional das embarcações se deu de forma tranquila tanto em um evento quanto no outro”, finalizou.
A próxima reunião está marcada para o dia 3 de fevereiro, a partir das 10h. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto e foto: Deisy Nascimento