O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, participou, entre os dias 8 e 9 de maio, da 3ª Reunião Ordinária do Colegiado Coordenador do Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (FNCBH).
Durante o evento, realizado na cidade de João Pessoa (PB), os conselheiros concluíram a elaboração da programação do XX Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas (Encob), que ocorrerá no próximo mês de agosto em Santa Catarina.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, questionou o formato do Encob, afirmando que essa é uma questão que já foi abordada em reuniões anteriores, por se tratar de uma necessidade de mudança extremamente importante.
“Na última reunião da Coordenação Nacional do Fórum, ficou estabelecido que nós reabriríamos o espaço para que os Comitês pudessem encaminhar novas propostas de programação”, declarou Anivaldo.
O presidente ressaltou que, preocupado com o formato e com o conteúdo do Encob, o Comitê do Rio São Francisco encaminhou várias propostas, que segundo ele, não foram devidamente consideradas pelo Colegiado do Fórum Nacional. “A nossa proposta é que o Encob de fato se debruce sobre os problemas mais candentes da realidade cotidiana dos Comitês e não foi o que ocorreu aqui. Algumas sugestões do CBHSF foram acrescentadas, porém dentro de uma programação que está tão fragmentada que prejudica a discussão”, afirmou Anivaldo Miranda.
Segundo ele, o mais adequado seria diminuir a quantidade de temas a serem debatidos durante o Encob, de forma que fossem priorizadas discussões referentes a questões como os desastres ambientais do Rio Doce, em Mariana (MG), em novembro de 2015; o rompimento da tubulação do mineroduto Minas-Rio e consequente o vazamento de minério na região de Santo Antônio do Gama (MG); bem como o vazamento de rejeitos de bauxita provenientes da barragem de uma mineradora norueguesa instalada no município de Barcarena (PA).
Anivaldo Miranda explicou que, dentro do Colegiado do Fórum Nacional existem duas correntes de pensamento distintas, que divergem sobre o conteúdo e o formato do Encob.
“Nós achamos que o Encontro Nacional deve se debruçar sobretudo na discussão dos grandes problemas que afetam os Comitês no dia – a – dia. No formato em que foi apresentado aqui, há uma esterilização da discussão”, analisou o presidente do CBHSF.
Anivaldo destacou que “as grandes temáticas não estarão no centro do debate”, e que embora sejam importantes, as dezenas de questões a serem abordadas “são muito fragmentadas” e seriam mais bem aproveitadas em um debate acadêmico ou em um encontro de capacitação técnica ou de gestão pública.
O secretário do Submédio do São Francisco, Almacks Luiz Silva, também participou do evento como representante do CBHSF. Ele destacou a importância da discussão, durante o Encob, dos grandes temas elencados pelo presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda.
“Diante das problemáticas hídricas que o Brasil vem passando em todas as regiões hidrográficas, procuramos discutir esses problemas e trabalhar ponto a ponto”, declarou o secretário.
A presidente do Comitê de Bacia do Rio das Contas (BA), Rita de Cássia Braga, também defende a mudança no formato do Encob. Para ela, o evento ainda deixa a desejar ao não realizar um encontro colaborativo, no qual os representantes possam atuar de forma propositiva, no sentido de fortalecer o elo entre os Comitês e os entes que fazem a gestão dos recursos hídricos no Brasil.
“Com as discussões que foram traçadas aqui pelo presidente do Comitê do Rio São Francisco, Anivaldo Miranda, que representa um Comitê federal, com toda uma história de gestão de recursos hídricos, que abrange vários estados do Brasil, e por outros membros que aqui vieram para contribuir, espero que isso seja um avanço para os próximos Encobs”, declarou Rita Braga.

 

*Texto: Juliana Brito
*Fotos: Juliana Brito