Presidente do CBHSF participa de reunião mensal da Agência Nacional das Águas e diz que momento é favorável para o rio São Francisco

08/07/2020 - 15:34

A Agência Nacional de Águas (ANA) realizou, na manhã desta terça-feira (07), a videoconferência mensal que tem o objetivo de discutir as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco e contou com representantes de órgãos do Governo, entidades, irrigantes, bem como usuários.

A reunião on-line iniciou com a apresentação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) com informações de que este mês (julho) é o auge da estação seca e a chuva ficou abaixo da média na maior parte do rio São Francisco nas últimas semanas. A equipe técnica mostrou um balanço dos últimos 30 dias e declarou que não há novidades em termos de previsão de chuvas para os próximos dias. A previsão média de vazão para os próximos 10 dias é de 211 m3/s, em Três Marias (MG).

Logo em seguida, um representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) trouxe a avaliação das condições hidrológicas e de armazenamento na bacia do rio São Francisco e simulação até final de setembro deste ano. A equipe técnica disse que neste mês de julho há poucas informações verificadas. Em Três Marias (MG) o reservatório está, atualmente, com armazenamento verificado acima dos 60% de volume útil, posicionando-se na faixa de operação normal. Nessa faixa de operação, não há restrições de defluências máximas médias mensais. Para as simulações apresentadas, tendo em vista o elevado armazenamento do reservatório, foram consideradas defluências médias de 600m³/s de 07/07/2020 a 30/09/2020, observando, com folga, o atendimento às demandas do projeto Jaíba e da navegação. Já em Xingó, as premissas de defluências da simulação no mês de julho serão de 1.600 m³/s, em agosto, de 1.300 m3/s e, em setembro, as defluências médias mensais serão de 1.100 m3/s, todos eles respeitando o valor mínimo estabelecido pela resolução ANA 2.081/2017.

“Vamos terminar o período seco com os reservatórios relativamente altos. Entre outros pontos, tem uma repercussão do controle de cheias. Nós teremos até setembro ou outubro uma abordagem teórica sobre possíveis defluências, mas faremos isso de forma programada”, disse Joaquim Gondim, superintendente de Operações e Eventos Críticos da Agência Nacional de Águas (ANA).

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, falou que esse é um momento favorável na região do rio São Francisco. Entretanto, pediu cautela em relação às operações que estão sendo realizadas atualmente. “Estamos em um bom momento em se tratando da energia eólica, por exemplo, mas precisamos saber exatamente como a estamos exportando para outras regiões. É preciso abrir a possibilidade de várias operações para resolvermos como ficará o sistema interligado. Essa discussão deve ser feita em conjunto com todos os órgãos envolvidos. Para isso, seria bom formarmos um grupo de trabalho com a finalidade de debater a questão da distribuição de energia. Tudo deve ser verificado, mas é bom que as partes sejam avisadas antes para que as pessoas não sofram nenhum dano”, finalizou.

A próxima reunião está marcada para o dia 4 de agosto. Esta videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília (DF) e é transmitida para os estados da bacia. Desta reunião participam o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), usuários, governo, irrigantes, entre outros.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Foto: Léo Boi