Presidente do CBHSF abriu os trabalhos da segunda edição da expedição científica organizada pela Ufal no Rio São Francisco.
Oito cidades ribeirinhas serão contempladas com pesquisas da 2ª Expedição Científica Baixo São Francisco entre os dias 18 e 27 de novembro. O trabalho, realizado por 45 pesquisadores, em uma embarcação com toda infraestrutura necessária, irá possibilitar a captação de dados específicos sobre qualidade da água, saúde dos animais e resistência da vegetação às ações humanas, além de esclarecer questões sobre a presença de óleo no Baixo São Francisco e realizar ações de educação ambiental nas cidades de Penedo, Piranhas, Pão de Açúcar, Traipu, Porto Real do Colégio, Igreja Nova, Neópolis e Piaçabuçu.
A expedição conta com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e estásendo coordenada pelo professor Emerson Soares, do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)e possui participação de 10 instituições nacionais e uma internacional.
O presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, esteve em Penedo na manhã de segunda-feira (18) para dar boas-vindas e desejar uma ótima expedição para todos os envolvidos. Na ocasião, ele explicou sobre a importância dos dados que serão obtidos nas diferentes áreas de atuação para a criação de políticas públicas que auxiliem na preservação e na melhoria das águas do Rio São Francisco.
“Os relatórios criados com os dados da expedição serão disponibilizados para prefeituras, órgãos ambientais e agências de desenvolvimento, com o intuito de cada um aprofundar seu conhecimento sobre o Rio São Francisco. Tudo isso é muito importante, pois políticas públicas, que são construídas há 50 anos para preservar o meio ambiente e tornar o país mais seguro, estão sendo desmontadas, enquanto que elas deveriam ser preservadas e ampliadas”, expõe Anivaldo.
Emerson Soares observou sobre a continuidade da pesquisa, que somará aos trabalhos da primeira edição para servir de parâmetro. “Iremos utilizar as análises desse ano e comparar com o ano passado, mas já é notável algumas diferenças, como o primeiro peixe que pescamos. Ele apresentou anomalias que não foram apresentadas em 70 pescados na primeira expedição”, completou o coordenador do projeto.
Para Anivaldo Miranda não basta dizer que ama o Rio São Francisco. “Escuto muita gente falando que ama o rio, mas quem ama não maltrata. Todo mundo tem que conhecer a real situação das águas, da vegetação e dos animais, para cada um fazer sua parte, pois todo mundo precisa do rio”, ressaltou o presidente do CBHSF.
Veja as fotos do primeiro dia da expedição:
Exposição fotográfica compartilha educação ambiental
A exposição “Olhares ambientais, conhecer para preservar e defender” estará aberta ao público em todos os pontos de atracação, dentro do barco. São 80 fotos cedidas por 14 fotógrafos com imagens de animais da fauna terrestre e aquática de Alagoas, que estão ameaçadas de extinção.
Segundo o engenheiro agrônomo e professor da Ufal, José Vieira Silva, a população irá encontrar retratos de animais como o Mutum de Alagoas e o Veado Catingueiro, espécies que não são mais encontradas com tanta frequência. “Estamos trazendo essas imagens para tentar sensibilizar as pessoas em relação à extinção dos animais nativos”, explicou o professor.
O serviço à população desses municípios também se estenderá às escolas, com palestras sobre educação ambiental, e no reflorestamento da mata ciliar com a plantação de 500 mudas de espécies nativas da Caatinga, sertão e mata de floresta.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Manuelle Gouveia
*Fotos: Edson Oliveira