O município baiano de Barra, às margens do Velho Chico, sediou nesta quinta-feira, (05/11), mais uma consulta pública da segunda etapa da atualização do Plano de Bacia do Rio São Francisco. Um público de quase 200 pessoas reuniu pescadores, comunidades tradicionais, gestores públicos, estudantes, professores e ambientalistas, que atenderam ao chamado do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e da Consultora Nemus, empresa responsável pela atualização do Plano de Bacia.
O Médio São Francisco, região do rio onde está localizada a cidade de Barra, foi a que mais ampliou o consumo de água desde o último estudo, que culminou no Plano Decenal 2005-2015. O consumo que era de cerca de 55 metros cúbicos/segundo, hoje é de mais de 150 metros cúbicos/segundo. Entre as causas, houve a expansão de perímetros irrigados na região, atualmente um dos polos de produção de grãos no Brasil. Além da apresentação de dados como estes, levantados pelo biólogo Mateus Giffoni e o engenheiro sanitarista e ambiental Emiliano Santiago, o encontro serviu para que a população apresentasse contribuições aos estudos. Entre as sugestões, estava uma maior preocupação com a situação dos riachos e rios afluentes do São Francisco, o apoio às organizações e cooperativas que atuam na proteção ao rio e o amplo programa de educação para conscientizar as novas gerações, especialmente, para uma melhor relação de cuidado com o rio.
A mobilização realizada na região garantiu a presença de moradores de comunidades rurais como Igarité, Wanderley, Sambaíba, Barro Vermelho, Canudos, Curralinho e de municípios próximos como Xique-Xique, também na Bahia. É o caso de Dona Antonia Francisca Guedes, de Igarité, distante 82 km da sede de Barra, que fez questão de trazer suas contribuições e ainda reivindicou: “É preciso levar essas informações para os moradores que estão na beira do rio, que vivem sua realidade do dia a dia e que aguardam por ações práticas”, destacou.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF