Poluído e com baixa vazão, Mundaú pede socorro

27/01/2014 - 11:39

Quem observa agora a baixa de vazão do Rio Mundaú nos 15 municípios alagoanos por onde ele passa, não acredita que em 2010 virou um tsunami e levou ruas inteiras de várias cidades, entre Pernambuco e Alagoas. Em União dos Palmares, onde antes eram as ruas do Jatobá e Demócrito Gracindo (a Rua da Ponte), as poucas águas que restam desse importante rio federal estão paradas, esverdeadas e com lodo, mostrando o alto grau de poluição.
A reportagem da Tribuna Independente percorreu vários trechos das ruas levadas pelas águas da enchente de 2010 e observou que em alguns locais dá para passear onde antes era o leito do rio. Muito lixo e entulho também são jogados às margens e segundo os moradores, essa prática é antiga, junto com o esgoto doméstico, que foi jogado in natura por vários anos até acontecer o desastre ecológico há três anos.
“Tem dono de abatedor de galeto que joga as penas e as vísceras no rio e isso prejudica, acho que polui ainda mais o rio: também muitos moradores jogam lixo e entulho ainda; as margens foram desmatadas e não há quase mais peixes no Mundaú”, reclama o morador Paulo José Correia.
Ainda em União dos Palmares, na localidade conhecida como Choque, onde funcionava um lava-jato, há apenas poças de água. Ali o rio está morto e só há imensos lajeiros ressecados pelo sol de verão; isso porque choveu no mês de novembro. Em outros trechos há vestígios de retirada de areia do leito e foram cavadas verdadeiras crateras nas barreiras do Mundaú.
Por conta de ser um domingo o dia da nossa visita, o serviço não funciona, mas alguns moradores confirmaram a prática de extração da areia do leito e das barreiras, para venda. A reportagem constatou que, se não for tomada uma providência imediata, o Rio Mundaú vai secar de vez, causando um desastre ecológico, pois os afluentes: Riacho Macacos, Canabrava, Sueca e outros de União também estão poluídos e com suas margens desmatadas.
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