Um laboratório flutuante, levando cientistas de cinco universidades federais, faz uma radiografia das mudanças que estão acontecendo no rio.
Um dos rios mais importantes do Brasil passou por uma espécie de check-up. Pesquisadores querem saber como anda a qualidade da água e dos peixes do São Francisco.
Um laboratório flutuante, levando cientistas de cinco universidades federais, faz uma radiografia das mudanças que estão acontecendo no Rio São Francisco.
A formação de bancos de areia faz aparecer ilhas enormes no leito e a cada ano diminui a quantidade de pescados.
A bordo, 47 pesquisadores e tecnologia indispensável à ciência: um scanner que faz uma varredura subaquática com a missão de identificar a presença de substâncias nada comuns no fundo do rio.
Barcos menores, como a lancha da Marinha, facilitam o uso dos aparelhos que funcionam como se fizessem um exame de ultrassom, percorrendo pontos importantes na foz do rio. Em outubro, foram encontrados fragmentos do óleo que contaminou as praias do litoral, mas agora os pesquisadores não encontraram mais nada.
“Fundo de rio extremamente limpo, algumas feições normais de troncos e formações de diferentes tipos de sedimentos, mas nada de óleo. Isso aí foi muito positivo”, disse o pesquisador Gilberto Schwertner.
Ainda no barco da expedição são analisadas 1.400 amostras de água, material orgânico e peixes. O relatório conclusivo da pesquisa vai ser divulgado daqui a cinco meses. Mas os cientistas já sabem que o rio está bastante contaminado por agrotóxicos e esgotos domésticos.
“Nosso grande problema no São Francisco, além do lixo, além dos fertilizantes e defensivos é também essa carga de efluentes que vem das cidades, muitas vezes composta por esgotos, que contaminam e se acumulam no leito do rio, provocando problemas à saúde pública”, explicou Emerson Soares, doutor em ciências aquáticas.
“Eu tenho medo porque sustento a minha família do que eu faço, da minha pescaria”, lamentou o pescador José Rodrigo.
*Fonte: Portal G1
*Foto: Edson Oiveira