Parceria público-privada realiza pesquisa para recuperar áreas degradadas da Caatinga

05/05/2020 - 11:13

Com o objetivo de promover estudos que viabilizem a contenção do avanço da espécie algaroba, um dos grandes problemas para a recuperação das matas ciliares do Rio São Francisco, uma parceria público-privada vem dando certo em Juazeiro (BA). A união entre o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e a empresa produtora de açúcar, etanol e bioeletricidade, a Agrovale foi firmada em 2016, e as pesquisas foram iniciadas em 2017.

Este ano, o convênio foi renovado até 2021 para a conclusão do estudo que deve apontar, segundo a coordenadora de Meio Ambiente da Agrovale, Thaisi Tavares, soluções que possam competir e ter superioridade em relação a algaroba. Introduzida no Brasil em 1942 pela sua resistência à seca e com o objetivo de auxiliar no processo de reflorestamento, a planta é hoje considerada invasora e vem se tornando uma inimiga natural das espécies nativas pelo seu crescimento desordenado, ameaçando as demais. “A Agrovale financia a realização e manutenção da pesquisa de recuperação de áreas degradadas das matas ciliares, que promove a coleta de dados nas margens do Rio São Francisco. Esse estudo, que deve servir de experiência e aporte para outras instituições, visa identificar quais espécies nativas podem entrar em competição com a algaroba. Determinando isso, precisamos identificar qual o melhor arranjo experimental de espécies para combater a invasora que tem se mostrado um grande problema para muitos produtores e ribeirinhos”, destacou a coordenadora da Agrovale.

A pesquisa cobre uma área de aproximadamente 1 km de extensão promovendo o manejo dos locais invadidos pela algaroba, com a recuperação das matas ciliares através de espécies típicas como o jatobá, a ingazeira e o marizeiro. A expectativa é que o resultado da pesquisa seja público já no próximo ano. “Os resultados já são positivos. Estamos satisfeitos porque toda essa mobilização mostra a importância do estudo que vai oferecer conhecimento para que outros possam aplicar e recuperar as margens do rio. Vale destacar que este é um projeto de baixo custo para tornar possível a replicação dele com benefício social, ambiental e econômico”, concluiu Thaisi Tavares.

O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Julianeli Lima, destaca a importância de parcerias que promovam a pesquisa e a realização de ações bem-sucedidas para a recuperação e cuidado com o Rio São Francisco. “Ações como essas tem um grande impacto quando pensamos na bacia hidrográfica como um todo. Significa que, quando se recupera as margens degradadas, consequentemente ajuda na saúde do Rio e são trabalhos como esse que precisamos replicar e dar acesso para o conhecimento geral”, enfatiza o coordenador da CCR.


Veja as fotos do projeto: 


CRAD

O Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD) é um projeto coordenado pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) financiado pelo Governo Federal. O projeto conta com a cooperação de instituições atuantes na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco para promover a recuperação e a conservação da flora de áreas prioritárias para a conservação da Caatinga, situadas na bacia.

 

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Imagens cedidas