Repovoamento de nascentes e apoio à implantação de novas tecnologias para tratamento e reuso das águas foram algumas das medidas levantadas para minimizar os impactos causados no rio São Francisco pelas atividades industriais e de mineração praticadas no Alto São Francisco. A discussão veio à tona durante a oficina setorial realizada no ultimo dia 14 de abril em Itabirito, Minas Gerais, como parte do processo de construção do novo Plano de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco, que está sendo feito pela Nemus Consultoria a pedido do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
A região do Alto São Francisco é uma referência em indústria e mineração considerando toda a bacia do São Francisco. Dados de 2012 dão conta de que, somente a mineração (de produtos como ferro, ouro,calcário e cobre), nesta região, foi responsável por 75% do valor liquido da indústria extrativa de todos os estados da Bacia do São Francisco. Conforme as informações da Nemus Consultoria, os dados ainda são parciais, podendo surgir novas informações até a finalização do processo de atualização do plano. “É quase natural que Minas tenha forte concentração de indústrias porque o Estado, além de ser muito populoso, tem grandes empresas que estão para atender demandas internas e externas”, justifica o diretor da Nemus, Pedro Bettencourt Correia. O desenvolvimento das indústrias e das grandes mineradoras tem uma relação significativa com o índice populacional, sendo que o rio das Velhas, afluente do São Francisco na região, concentra aproximadamente 4,5 milhões de habitantes, reunindo uma média de 3.100 unidades industriais.
A oficina destinada a debater sobre indústria e mineração também abordou a questão da escassez de água, que, atualmente, compromete não só a produção das empresas, mas também a vida dos ribeirinhos. “A crise hídrica na bacia é recorrente e penso que o Plano tem que prever alguma coisa nesse sentido”, sugeriu o vice presidente do CBHSF, Wagner Soares, participante da oficina.
Ainda em abril, mais duas oficinas debaterão sobre os mesmos segmentos em outras regiões da bacia: no Médio São Francisco, no dia 16 de abril, a discussão acontece na cidade de Caetité (BA); no Submédio São Francisco, está marcada para o dia 18 de maio, em Jacobina (BA); e no Baixo São Francisco, no dia 20 de maio, no município de Propriá (SE).
Veja o calendário completo das ações para atualização do Plano de Bacia do Velho Chico.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF