Buscando estreitar os laços e chamar Pernambuco para uma atuação ainda mais presente quanto a proteção da bacia do São Francisco, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, através da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, vem se articulando com o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú e a Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC). O objetivo é criar pautas conjuntas e integrar ações pela revitalização da bacia na porção pernambucana.
Com 185 municípios no Estado, 75 deles integram a bacia do São Francisco dentro da regional do Submédio. Tendo sete rios afluentes do Velho Chico (Rio Ipanema, Rio Moxotó, Rio Pajeú, Rio Terra Nova, Rio Brígida, Rio Pontal e Rio Garça), apenas um, a bacia hidrográfica do Rio Pajeú, é oficializada enquanto organismo colegiado de comitê de bacia no Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de Pernambuco – SIGRH/PE, através do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pajeú (COBH Pajeú).
“Pernambuco está entre as áreas mais afetadas pela desertificação e estreitar os laços com o Estado é ainda mais urgente para que possamos pensar e colocar em prática, de imediato, medidas que visem frear esses impactos”, afirmou o coordenador da CCR, Cláudio Ademar.
A presidenta do CBH Pajeú, Ita Porto, destaca que com a quarta maior população indígena do Brasil, Pernambuco tem sérias questões hídricas a resolver. “Inclusive, com maior representatividade da presença de terras indígenas de povos originários na bacia do Rio Pajeú, de forma semelhante, existe uma representação expressiva de comunidades tradicionais quilombolas concentradas não somente na abrangência da bacia hidrográfica do Rio Pajeú, mas muito expressiva em todos os territórios sertanejos do estado. E grandes questões hídricas fazem parte de nossa abrangência, como a transposição do Rio São Francisco, com os dois eixos principais (Norte e Leste), bem como demais adutoras estratégicas para o estado de Pernambuco com extensão aos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, tendo suas origens na foz da bacia do Rio Pajeú. O debate do acesso à água para consumo humano e para produção de alimentos precisa estar na pauta da interiorização da política das águas, para ser discutido em todos os seus aspectos da promoção e defesa de direitos humanos”, afirma Ita.
A presidenta ainda destaca que a “Rede PEBA” (Pernambuco e Bahia) deve ganhar força política, fortalecer o CBHSF, e implementar ações necessárias de enfrentamento aos impactos das questões climáticas ligadas aos eixos de meio ambiente, combate à desertificação e recursos hídricos e saneamento.
“Uma das iniciativas importantes é fazer com que a população se compreenda na percepção enquanto povos do Semiárido. Quanto mais as pessoas se sentirem co-responsáveis pelo cuidado com o meio ambiente, teremos a chance de qualificar melhor os espaços de controle das políticas públicas e melhorar cada vez mais a governança compartilhada, típica da proposta do formato de gestão dos comitês de bacias. Para isso, uma das atividades que nosso COBH Pajeú realiza de conscientização e mobilização social são as Caravanas do Rio Pajeú, metodologia com o objetivo de dar luz aos desafios ambientais e incentivar a busca por soluções a partir da participação da sociedade civil e poder público. É uma iniciativa que pode ser replicada em outros espaços para fortalecer ações de incidência e controle”, afirmou.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Edson Oliveira