28/12/2023 - 16:05
Moradores de Itaguaçu da Bahia, no Médio São Francisco, participaram das oficinas de capacitação dos serviços de requalificação ambiental destinados à recuperação da nascente Olho D’água, localizada na sede do município. A nascente já foi a principal fonte de abastecimento de água e um lugar de recreação da população local, mas há pelo menos 10 anos estava comprometida com o lançamento de efluentes domésticos sem tratamento nos arredores e descartes de resíduos sólidos domiciliares.
As oficinas foram realizadas pelo geógrafo Elderney da Silva Souza e tiveram como temas “Estratégias para recuperação de APP’s” e “Construção e manutenção de Bacias de Contenção”. “O objetivo é trazer uma abordagem voltada para as intervenções realizadas na região da nascente Olho D’água, esclarecer a importância de práticas adequadas para garantir a qualidade da área recuperada e incluir a contribuição da população no processo”, explicou Elderney.
As principais intervenções realizadas na área foram a retirada de espécies invasoras, remoção dos resíduos sólidos, construção de bacias de contenção, cercamento da área, recomposição florestal e está em andamento a construção de um viveiro de mudas. Entre os principais problemas destacados durante a oficina, estão a retirada recorrente de cascalho da área, acúmulo de resíduos da construção civil e descarte de lixo pela população. “São problemas que só podem ser resolvidos com a mudança de entendimento e das ações dos próprios moradores, especialmente aqueles da sede do município”, destacou Elderney. “As oficinas fazem parte das atividades de mobilização social e educação ambiental, sem as quais as demais medidas não se sustentam a longo prazo”, reforçou o engenheiro civil e coordenador técnico da empresa Project Civil, Warney Francisco de Oliveira Silva.
Elderney esclareceu que a área da nascente Olho D’água é, conforme a legislação ambiental brasileira, uma Área de Preservação Ambiental (APP). Durante a oficina, o geógrafo apresentou as características e tipos de APP e suas implicações de uso. Para Jucelino Tarrão, representante do Sindicato Dos Trabalhadores Rurais, Agricultores E Agricultoras Familiares De Itaguaçu Da Bahia, trata-se de um conteúdo fundamental. “Muitos moradores fazem o uso incorreto ou cometem ações prejudicais por falta de conhecimento”, disse Jucelino.
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A engenheira ambiental e sanitarista da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Geovana Campos, avaliou positivamente a realização das oficinas. “Além de conhecermos quais intervenções foram realizadas na área, foram apresentadas as estratégias de preservação do que foi feito. Algumas medidas podem parecer drásticas, como o cercamento da área, mas através da oficina compreendemos sua importância para garantir o controle do acesso, evitar a entrada de animais e tudo que possa prejudicar as mudas do viveiro”, ponderou Geovana.
Além da formação teórica oferecida pelas duas oficinas, os moradores terão uma oficina prática no local onde foram realizadas as intervenções, que inclui o plantio das mudas nativas do viveiro. A expectativa é que a etapa ocorra em janeiro, com a chegada das chuvas na região. De acordo com Warney Francisco, caso as intervenções realizadas sejam administradas da forma correta, a área da nascente estará inteiramente recuperada em aproximadamente 10 anos, voltando a ser uma opção para o abastecimento humano dos moradores de Itaguaçu.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Mariana Carvalho
*Fotos: Kel Dourado
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