O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), Anivaldo Miranda, voltou a confirmar seu permanente objetivo de manter cada vez mais estreitos os laços entre o colegiado e a Academia. Miranda participou, como convidado especial, do 2º Simpósio de Aquicultura Sustentável e Ecotoxicologia Aquática, realizado pelos cursos de Zootecnia e o de Engenharia de Pesca, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e do curso de Técnico Agrícola, do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Campus Satuba, nesta segunda-feira (29 de outubro), na Ufal.
Durante o evento, Anivaldo Miranda fez uma explanação sobre a gestão de recursos hídricos no Brasil atualmente e citou as ações executadas pelo CBHSF nessa área. Diante de um público formado por estudantes, professores e pesquisadores, o presidente do colegiado apresentou o painel intitulado “O Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco e o Semiárido: desafios econômicos e sociais”.
Sempre que participa dos encontros com o público, seja nas universidades ou fora delas, Miranda procura conscientizar as pessoas quanto ao uso racional da água e o respeito a esse recurso natural finito. “A terra é um ecossistema vivo. Toda vez que formos encarar o meio ambiente, é preciso termos consciência de que somos dependentes desse ecossistema. Temos que ter a percepção de que somos 70% água e água é a mãe da vida. O que é difícil na convivência humana é a mudança de comportamento e temos muito pouco tempo para essa mudança na busca de um modo harmonioso para convivência no planeta Terra”, declarou.
Ainda durante sua apresentação no simpósio, o presidente do CBHSF reforçou o compromisso do colegiado com três pactos considerados indispensáveis para a manutenção do chamado rio da integração nacional, e que constam no Plano de Recursos Hídricos da bacia: o Pacto da Legalidade, o da Revitalização e o Pacto das Águas. Anivaldo Miranda alertou para o grave problema da utilização das águas subterrâneas sem controle e a degradação dos biomas. “O cerrado é a caixa d’água do Brasil e assim como a caatinga e a mata atlântica, sofre devastação contínua. O coração pulsante do Rio São Francisco está no Aquífero Urucuia [com suas águas subterrâneas], localizado no Sudoeste da Bahia”, concluiu Anivaldo Miranda.
Pesquisadores
O evento também contou com a participação da professora Lílian Pereira Souza Santos, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que discorreu sobre o estudo que desenvolve no Laboratório de Cultivo e Ecotoxicologia (Lace), daquela instituição.
Além disso, o professor Emerson Soares, que integra a comissão organizadora; coordena o Laboratório de Aquicultura (Laqua) na Ufal e conduziu a expedição realizada em meados de outubro no Baixo São Francisco, evento financiado pelo CBHSF e pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal), destacou que Alagoas é conhecido como o Estado das Águas, apresentando grande potencial para aquicultura e pesca, graças à disponibilidade de recursos hídricos e variabilidade de espécies aquícolas. De acordo com o pesquisador, a cada ano os recursos pesqueiros estão depreciando e a alternativa para a recuperação dos estoques pesqueiros é o surgimento da aquicultura. “O cultivo de organismos aquáticos precisa ser realizado de forma racional, para que perdurem os estoques hídricos, o ponto chave para o cultivo tanto de peixes quanto de camarão. Por isso, cada vez mais as pesquisas têm buscado soluções para cultivo sustentável de diferentes espécies”, afirmou Emerson Soares.
*Texto: Delane Barros
*Fotos: Ascom Ufal