O debate em torno da crise hídrica que afeta a bacia do rio São Francisco norteou a discussão de abertura da XXVII Plenária Ordinária, que acontece até amanhã (22.05) no Quality Hotel, na cidade de Petrolina (PE). A mesa foi composta por representantes da Agência Nacional de Águas – ANA, Ibama, Operador Nacional do Sistema – ONS, entre outras instituições ligadas ao universo da bacia do São Francisco.
Em sua fala, o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, criticou a atual regulação das águas dos principais reservatórios do país, em especial os da bacia do São Francisco. “No Brasil, essa regulação ainda é muito fraca. Não deu conta de antecipar as questões relativas à atual crise hídrica. É preciso aprimorá-la. Realizá-la em torno das regras do sistema, para que, de fato, se priorize os usos múltiplos, seja da irrigação, turismo ou abastecimento. Se não fizermos, ficaremos devendo para o sistema de recursos hídricos brasileiros”, disse.
Vicente Andreu destacou ainda o real papel dos comitês de bacia para aprimoramento do sistema nacional. “A discussão no âmbito dos comitês é, sem dúvida, fundamental. Porém, e infelizmente, o CBHSF não conseguiu criar dentro do colegiado um debate que antevisse essa crise hídrica, porque a entidade sempre teve um papel reativo. Os CBHs não podem se opor às políticas públicas, mas estimularem elas. Não podemos nos acomodar pensando no que avançamos, nem nos limitar no que ainda podemos avançar”, comentou.
A mancha escura que recentemente se proliferou pelo Velho Chico ao longo de 30 quilômetros de sua extensão no estado de Alagoas, assim como a operação dos reservatórios da calha do rio São Francisco, com as reduções das vazões mínimas, também foram assuntos discutidos pela mesa redonda.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF