Na última semana, dias 13 a 15 de agosto, parte dos membros da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e membros do colegiado estiveram no XXIII Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, que congregou ainda o XXIV Encontro Nacional de Perfuradores de Poços e a FENAGUA 2024. O evento reuniu pesquisadores, profissionais, estudantes e empresas de recursos hídricos e meio ambiente para discutir temáticas urgentes para a preservação das águas subterrâneas.

De acordo com a Associação Brasileira de Águas Subterrâneas, a água subterrânea é o recurso natural mais extraído do subsolo do Brasil e o desconhecimento dessa ação cria problemas para o seu aproveitamento e causa perdas sociais, econômicas e ambientais. Também responsável por manter a perenidade de 90% dos rios e de quase todos os pântanos e mangues pelo país, a água subterrânea fornece mais de 624 m3/s de água potável, através de 2,8 milhões de poços tubulares suprindo as necessidades dos setores da sociedade. Ela também é responsável pelo abastecimento total ou parcial de mais de 52% dos municípios brasileiros, e impulsiona a economia em quase R$ 100 bilhões por ano.

Com isso, o Congresso, esse ano, abriu espaço para as mais diversas temáticas em torno da ciência e tecnologia visando criar soluções em hidrogeologia e recursos hídricos, além de saídas democráticas e realistas e chamar a atenção da sociedade para contribuir com a construção de um ambiente mais justo e sustentável. O professor e coordenador da Câmara Técnica de Águas Subterrâneas do CBHSF, João Pedro Neto Anderson Paiva, participou das discussões e destacou a importância do evento que abriu espaço para as câmaras técnicas. “No Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas nunca houve um momento como esse, de interação e de contato com as câmaras técnicas de águas subterrâneas ou com algum grupo que fizesse a discussão das águas subterrâneas nos comitês. Tivemos cinco comitês representados para falar sobre o planejamento das bacias hidrográficas com relação às águas subterrâneas, a ideia era saber como os comitês estavam se organizando com relação a água subterrânea. Então a ideia do encontro foi verificar também como esse tema está acontecendo nos planos de bacia, e no nosso caso, ele vem contemplando esse eixo desde muito tempo”, contou.

Durante o evento ainda aconteceu uma reunião com representantes de outras CTAS para troca de experiências e contribuições de discussões comuns. O coordenador da CTAS/CBHSF compôs a roda de diálogo “As águas subterrâneas no planejamento das bacias hidrográficas”, tema que é amplamente discutido dentro das instâncias do Comitê. Além disso, ele também participou da reunião das câmaras técnicas de águas subterrâneas. “Na roda de diálogo falei como a gente entende a água subterrânea, sendo um elemento muito importante para a nossa bacia. Falei do investimento do Comitê relacionado ao aquífero Urucuia, como se comportam as águas, além das demais ações sendo desenvolvidas e os desafios, como o próximo investimento em torno de R$ 750 mil reais para estudar o aquífero Tacaratu ou Barreiras. Com relação à reunião tivemos a presença de membros de outras CTAS de Comitês, o que reforça a importância de participar desses momentos porque a gente tem o Brasil inteiro representado, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Serviços Geológicos do Brasil, o Ministério de Minas e Energia, dentre diversos outros atores, então trata-se de um momento de visibilidade, de mostrar a força dos comitês”, afirmou, informando que a partir da reunião foi criado um grupo virtual para os temas comuns entre as câmaras técnicas.

Também estiveram presentes Cristiane Neres Silva e Isadora de Pinho Tavares, membros da Câmara Técnica, além de Suzana Montenegro, presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) e membro do CBHSF.

Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: João Pedro Neto