Na sexta-feira (27) aconteceu a última reunião ordinária desta gestão da Câmara Consultiva Regional do Baixo São Francisco. O encontro foi marcado pela emoção dos membros, por se tratar da derradeira reunião. Na ocasião, o consultor do CBHSF, Leonardo Mitre, trouxe uma breve apresentação sobre o acompanhamento das condições de operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco. Compuseram a pauta também informes sobre as próximas reuniões plenárias do CBHSF, apresentação do SIGA SF, apresentação do POA 2021 e o status de alguns projetos em andamento na região do Baixo São Francisco.

Anivaldo Miranda, presidente do CBHSF, disse estar feliz por ter participado de todas as reuniões finais das CCRs. Ele fez um balanço rápido desta gestão e pontuou sobretudo que as grandes conquistas que o Comitê obteve na última década só se tornaram possíveis graças ao esforço coletivo de todos os segmentos que fazem parte do colegiado.

“O coletivo representado pelo poder público municipal, estadual e federal, usuários e todos aqueles segmentos da sociedade civil, da academia até as organizações não-governamentais, e também os segmentos ligados aos povos tradicionais e indígenas, todo esse grande espectro de representações que se fazem presentes nesse grande espaço que é o CBHSF, colaborou com o desenvolvimento de ações voltadas para a melhoria da qualidade das águas do rio São Francisco. Estamos de parabéns”, afirmou. E completou: “Que a futura gestão esteja de fato à altura de seguir este projeto participativo, compartilhado, democrático, transversal, que é construir aquilo que nós mais precisamos para a bacia que é o diálogo em busca de grandes consensos no caminho do enfrentamento dos grandes desafios que o século atual está colocando para a segurança hídrica do nosso país e da nossa bacia hidrográfica”.

O especialista em Recursos Hídricos, consultor do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Leonardo Mitre, trouxe uma avaliação sobre o que vem sendo apresentado e discutido nas reuniões de Acompanhamento das condições de operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco em 2021, coordenadas pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Ele apresentou por meio de gráficos extraídos das últimas reuniões realizadas e análises próprias, a situação da bacia e as últimas previsões realizadas para os meses de agosto e setembro deste ano de 2021. “Nesse sentido, ressalto o baixo índice chuvas do período chuvoso de 2020/2021 e, consequentemente, as baixas vazões escoadas no período de estiagem deste ano, sendo um dos mais secos do período histórico em que há dados de monitoramento. Assim, os principais reservatórios do eixo do rio São Francisco vêm sendo deplecionados e podem apresentar riscos de problemas relacionados ao abastecimento das demandas de uso da água caso o próximo momento de chuva não seja adequado para o seu restabelecimento”, explicou Mitre.

“A resolução mal entrou em vigor e o Operador Nacional do Sistema Elétrico pediu flexibilização. Nós não imaginávamos essa crise, e embora não nos agradando a ideia de abrir as comportas, foi aprovada e houve vazão na época de 3.000m³/s. Depois, fecharam a torneira e a vazão foi para 800m³/s, e isso pode ser mortal para o ecossistema. Todos precisam estar atentos a estas questões de crise hídrica, das vazões, por isso sugerimos o Pacto das Águas. Precisamos participar de tudo e ficar por dentro destes assuntos ligados ao rio São Francisco”, pontuou Anivaldo Miranda.

Um informe sobre as próximas reuniões plenárias foi apresentado pela Gerência de Integração da Agência Peixe Vivo. A última Plenária Ordinária desta gestão será realizada no dia 09 de setembro. A plenária de posse será em Maceió, nos dias 16 e 17 de setembro, no formato híbrido.

Mateus Carvalho, coordenador de informática da Agência Peixe Vivo, apresentou o passo a passo da plataforma SIGA que traz indicadores gerais, projetos publicados, vigentes e encerrados. Traz também o acompanhamento de projetos e ações e suas execuções.

Em relação ao Plano Orçamentário Anual de 2021 (POA), o gerente de Projetos da APV, Thiago Campos, apresentou os dados atualizados aos membros da CCR Baixo e reforçou que todas as informações do POA se encontram no site da Agência Peixe Vivo. Thiago Campos também apresentou o status dos projetos que estão em andamento, como os planos municipais de saneamento básico, de sustentabilidade hídrica no semiárido, dos sistemas de abastecimento de água e os projetos de esgotamento sanitário.

Após as apresentações realizadas pelo gerente de Projetos da APV, alguns membros da CCR Baixo fizeram suas considerações sobre as conquistas do Comitê e agradeceram a oportunidade de fazer parte do CBHSF, entre eles, Honey Gama, coordenador da Câmara Consultiva Regional do Baixo. Ele disse que foi uma reunião saudosa, um momento de agradecimento.

“Estou encerrando minha gestão com a sensação de dever cumprido. Acredito que a OAB foi bem representada e teve um papel importante nesses últimos anos no Comitê. O mais importante é que a próxima gestão vai pegar um Comitê mais organizado. A diretoria colegiada deste ano se incumbiu de dar uma solução aos projetos que não foram aprovados e abrir diversos editais de publicação. Aprovamos projetos de cunho socioambiental favorecendo quilombolas, indígenas e regiões ribeirinhas, buscando a melhoria da qualidade das águas do rio São Francisco. Só tenho a agradecer a oportunidade de colaborar para a defesa do rio São Francisco”

“Agradeço e abraço a todos que colaboraram para o funcionamento dessa gestão. Não serei mais presidente, mas com certeza irei colaborar de alguma forma com o Comitê”, finalizou Anivaldo Miranda.

Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Deisy Nascimento
*Foto: Edson Oliveira