No dia 14 de agosto, ocorreu a segunda reunião ordinária on-line entre os membros da Câmara Consultiva Regional Baixo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) e a Agência Peixe Vivo (APV). Na ocasião, houve a apresentação do modelo conceitual do Pacto das Águas e dos principais resultados da II Expedição Científica do Baixo São Francisco, como também ocorreu a apreciação da documentação da próxima plenária do CBHSF que será em setembro deste ano.
Thiago Campos, gerente de projetos da APV, apresentou aos membros da CRR Baixo o modelo conceitual do Pacto das Águas na bacia do rio São Francisco produzido pelo hidrólogo Leonardo Mitre. A ideia da apresentação do estudo foi para que os membros avaliassem e dessem alguns encaminhamentos e sugestões.
Para o presidente do CBHSF, Anivaldo Miranda, essa pauta da videoconferência que trouxe a apresentação do estudo do Pacto das Águas foi necessária para mostrar aos membros todo material em detalhes. “Peço que todos se apossem desse modelo do Pacto das Águas. É preciso se apropriar do documento, pois nosso intuito é alcançar a meta que desejamos em prol do rio São Francisco. É necessária a pactuação em busca de uma atuação integrada e harmônica entre os órgãos gestores dos recursos hídricos na implementação e aperfeiçoamento de instrumentos de gestão. Somos pioneiros nessa ideia do pacto. Ele é de fato a ferramenta política e institucional para a aplicação do plano”, disse.
Miranda ressaltou que a primeira diretriz foi enviar o modelo conceitual do Pacto das Águas a todas às instâncias do CBHSF para a devida análise e cada uma delas será incluída no processo com a finalidade de buscar a construção da ideia. “Esse é o nosso primeiro passo! Sabemos que é difícil, mas vamos buscar. Estamos avançando em diversas vertentes. O pacto é o nosso legado e é preciso que a diretoria executiva ajude na condução desse processo”.
Segundo a coordenadora da Câmara Técnica de Planos, Programas e Projetos (CTPPP) do CBHSF, Ana Catarina Pires, todos devem ter um cuidado especial e avaliar o Pacto das Águas, as articulações em curso, termos de cooperação já assinados com o estado, o SIGA e o enquadramento no alto. “É importante colocar a Câmara Técnica de Articulação Institucional como responsável pelo rumo das ações desse pacto. É um processo no qual devemos, enquanto CCR Baixo, nos inserir”, pontuou.
Resultados e perspectivas das expedições
Outro ponto importante da segunda reunião ordinária do Comitê foi a apresentação dos resultados e perspectivas das expedições científicas de 2018 e 2019. O professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e coordenador da Expedição Científica do Rio São Francisco, Emerson Soares, trouxe um diagnóstico com 60 páginas da expedição de 2018 e um relatório com 560 páginas das atividades ocorridas em 2019, com sugestões de melhorias na qualidade ambiental, social e econômica.
Segundo ele, o programa de expedições do baixo São Francisco trouxe grande quantidade de informações para as políticas públicas da região. “São informações sobre a qualidade da água, do pescado, do relevo subaquático, a cunha salina, a vazão e hidrologia do rio São Francisco, relações do ecossistema com os efluentes e os contaminantes das cidades e que carreiam para dentro do rio levando muita poluição ao meio ambiente. A ideia foi a de conhecer e ter uma radiografia de todo rio unindo as relações da qualidade de água físico-química como as relações biológicas com os microorganismos, parasitas, peixes e crustáceos. Essa expedição está reunindo instituições em prol de um bem comum que é o rio São Francisco e a sua qualidade ambiental”, contou.
“Já possuímos apoio para realização de mais duas expedições em 2020 e 2021. Em 2021, por exemplo, há a possibilidade de acontecer expedição em todas as bacias envolvendo Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. No ano passado, 17 instituições participaram, além de duas internacionais e dez instituições do Alto, Médio, e Submédio São Francisco, como a UFL, UFBA, UNIVASF, UNISINOS. Queremos montar um grande programa de biomonitoramento com o apoio do Comitê e iremos viabilizar ações na revitalização do baixo São Francisco. Iremos aumentar as parcerias e o apoio para a realização de mais expedições. Comunidades e outros atores estão acordando para a defesa do rio e esse é mais um instrumento que o Comitê tem em conjunto com as universidades para reforçar a importância do rio São Francisco como um rio da integração nacional e que traz vida a uma região castigada como o baixo, à Caatinga e outros biomas”, finalizou Emerson Soares.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento