Diversos segmentos envolvidos na questão ambiental, desde representantes do poder público até a sociedade civil participaram, nesta terça-feira (13), do seminário de lançamento e oficina inicial para execução de obras de recuperação hidroambiental na bacia hidrográfica do Rio Piauí. O evento, realizado no auditório da Casa da Aposentadoria, em Penedo (AL), visa apresentar o levantamento e diagnóstico ambiental de nascentes nas porções média e baixa da bacia hidrográfica daquele que é considerado o principal rio de Alagoas, que é o Piauí, afluente do Rio São Francisco.
O trabalho representa mais uma iniciativa do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), de investir parte dos recursos provenientes da cobrança pelo uso da água em trabalhos de recuperação hidroambiental. O trabalho inicial na região será feito pela empresa Gama Engenharia, selecionada pela agência delegatária do Comitê, a AGB Peixe Vivo, através de processo licitatório.
Na abertura dos trabalhos, o secretário-executivo do CBHSF, Maciel Oliveira, disse que o colegiado já investiu mais de R$ 30 milhões no trabalho de recuperação de nascentes. Para a efetivação dessa iniciativa no estado de Alagoas, ele aproveitou a presença do superintendente estadual da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), Pedro Nelson, para pedir apoio da empresa para efetivação dos serviços.
De acordo com Maciel Oliveira, no final dos trabalhos, pelo menos 500 nascentes do rio Piauí deverão ser recuperadas. “Estamos fazendo esse investimento por ser o principal afluente do São Francisco em Alagoas. Recuperar nascentes e áreas degradadas significa oferecer mais água ao Velho Chico, com qualidade”, resumiu.
27 projetos – O secretário-executivo do CBHSF anunciou que foi aprovada nas câmaras técnicas do órgão a elaboração de outros 48 planos municipais de saneamento básico, após a entrega de 27, feitos recentemente. “Por fim, apelo aos secretários municipais para prestarem todo o apoio com vistas à reativação do Comitê da Bacia do Rio Piauí, pois esse é um mecanismo garantido pela lei federal 9.433, a chamada Lei das Águas. E o Comitê só passa a ter condições de atuação quando acontece a cobrança pelo uso da água bruta, que é o dinheiro arrecadado e que permite investimentos no próprio rio”, concluiu Maciel Oliveira, diante da plateia participante do evento.
O público conheceu em detalhes os trabalhos que serão aplicados para recuperar as nascentes localizadas no Piauí, bem como o cadastro que será preenchido junto aos proprietários de terras nas quais estejam as nascentes. O trabalho permitirá conhecer a qualidade da água de cada local, com a identificação de características, como localização, proximidade de pasto de gado, cor da água, entre outros aspectos.
O secretário de Agricultura do município de Junqueiro, João Bosco, destacou a importância do trabalho, devido ao nível de poluição do rio Piauí. Ele solicitou que, tão logo estejam identificadas as nascentes, que seja remetido ao órgão, para acompanhamento. Outros secretários municipais relataram situações de degradação de diversas nascentes, apresentaram sugestões e se dispuseram a contribuir com o levantamento que será executado pela Gama Engenharia.
Vereadores, secretários e representantes dos municípios de Teotônio Vilela, São Sebastião, Piaçabuçu, Feliz Deserto, Coruripe, Junqueiro, Arapiraca e Igreja Nova participaram do seminário, além de estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e desenvolvedores e coordenadores de projetos ambientais na região.
ASCOM – Assessoria de Comunicação do CBHSF