Em sua 4ª edição, a Expedição Científica do Baixo São Francisco partiu, no dia 01 de novembro, para mais uma jornada de pesquisas
A abertura da 4ª Expedição Científica do Baixo São Francisco aconteceu na última segunda-feira, no município de Piranhas, e contou com a presença de representantes de instituições de ensino superior, prefeitos, vereadores, representantes de órgãos estaduais e federais, do presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Maciel Oliveira, membros do CBHSF e da Agência Peixe Vivo. A solenidade contou com a apresentação da Filarmônica Mestre Elísio, que tocou músicas alusivas ao Velho Chico e de artistas nordestinos.
Desta vez, 66 pesquisadores de todo país irão realizar pesquisas em 35 áreas que abrangem desde a análise da água, da fauna, da flora, até das condições socioeconômicas das comunidades ribeirinhas. A intenção é gerar um relatório que servirá como base para a cobrança, junto aos órgãos públicos, de políticas que visem a melhoria das condições hidrológicas do rio São Francisco e daqueles que estão em contato direto com ele. A expedição começou em Piranhas e vai passar por Pão de Açúcar, Traipu, São Braz, Propriá, Igreja Nova, Neópolis, Penedo, Brejo Grande e Piaçabuçu, e conta dois barcos laboratórios e com o apoio de cinco lanchas.
No primeiro dia da expedição foram promovidas diversas ações, tais como o plantio de mudas nas margens do rio, atividades de educação ambiental nas escolas, peixamento, com a soltura de 25 mil alevinos fornecidos pela CODEVASF, ações de saúde bucal nas escolas, coleta de peixes para análise, inauguração de fossas agroecológicas e entrega de equipamentos de data show em escolas municipais.
Veja as fotos do primeiro dia da expedição:
Iniciativa da Universidade Federal de Alagoas, a Expedição conta com o apoio financeiro do CBHSF. O presidente do Comitê, Maciel Oliveira, falou do orgulho que é fazer parte de um Comitê que apoia a produção científica e que a Expedição é uma das melhores e maiores apostas dos últimos anos.
“Nós precisamos de conhecimento científico, de informações técnicas, concretas acerca do rio São Francisco e a Expedição Científica tem construído isso com suas pesquisas. Essa é a maior expedição científica do Brasil e nós teremos, mais uma vez, informações valiosas que serão obtidas pelos pesquisadores durante estes dez dias, para a produção e a cobrança de políticas públicas, em especial na busca por melhoria da qualidade da água do rio São Francisco e também da vida do seu povo. O Comitê aposta muito na expedição e inclusive colocará este grande projeto no próximo Planejamento Orçamentário Anual, para que em 2022 ela ocorra não só no baixo, mas também nas outras regiões da bacia”.
Para Josealdo Tonholo, reitor da UFAL, a Expedição representa uma oportunidade não só para a universidade, mas também para os ribeirinhos, que estão sendo contemplados com projetos que vão desde a implantação de fossas sépticas biodigestoras, até a avaliação de riscos com relação a câncer de pele, teste de Covid-19, educação ambiental, entre outros. “O Comitê tem um papel estratégico na gestão porque é a representação da sociedade civil organizada junto ao Governo, em um raro momento em que a sociedade tem voz e possui poder de determinação. A universidade tem um prazer muito grande de trabalhar ao lado do Comitê porque os interesses que o colegiado defende são os mesmos da academia. Nós buscamos com a expedição preservar o rio, mantê-lo saudável para atender à sua população e aos seus interesses nacionais”, disse.
O coordenador e idealizador da Expedição Científica, o professor da UFAL Emerson Soares, revelou que este ano o evento conta com a cooperação de todas as prefeituras do Baixo São Francisco nas áreas de saúde, de meio ambiente. “Essa edição conta com oito financiadores, entre os quais o CBHSF, que é o nosso grande patrocinador e que acreditou nessa proposta desde o princípio. Acreditamos nessa parceria e em somar esforços em defesa do Velho Chico e esse trabalho em conjunto trará ações mais robustas e efetivas em prol da qualidade ambiental do rio”.
A pesquisa não termina quando finda a expedição. Os pesquisadores trabalharão ainda durante seis meses em laboratório, realizando análises, comparando dados. As ações nas comunidades também serão continuadas. “Continuaremos com as ações nas colônias de pescadores, junto às prefeituras, secretarias de meio ambiente e educação, para implementar um modelo de educação ambiental que chegue às crianças e aos adolescentes e que consigamos replicar esse trabalho para toda região. Nossa expectativa é levar a expedição para outras regiões do Velho Chico para que a bacia toda seja contemplada com a pesquisa”.
O coordenador da Câmara Consultiva Regional (CCR) do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar da Silva, acompanhou a abertura do evento e disse que uma das prioridades de sua gestão é ampliar a expedição para a região do submédio. “A nossa intenção é planejar, para 2022, a 1ª edição da Expedição Científica na região do Submédio. Estamos estudando todos os pontos para colocar o projeto em prática. A pesquisa precisa ser ampliada e faremos o possível para sua realização”, afirmou.
Confira também o vídeo de abertura do evento:
Ver essa foto no Instagram
A 4ª Expedição Científica acontece com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL), da EMBRAPA- Tabuleiros Costeiros, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), da EMATER-AL, da CODEVASF, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH-AL), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), do Instituto de Pesquisa Renato Archer, da Marinha do Brasil, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Instituto Federal do Ceará (IFCE), da Pedreira Triunfo, da Agência Peixe Vivo e da FUNDEPES.
Assessoria de Comunicação CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Deisy Nascimento
*Fotos: Edson Oliveira e Azael Gois