Famílias contempladas com projeto de sustentabilidade socioambiental em Glória- BA participam de oficinas de educação ambiental

24/02/2025 - 13:42

Na última semana, as famílias atendidas pelo projeto de sustentabilidade socioambiental no Semiárido, financiado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), que prevê a instalação de 74 sistemas fotovoltaicos residenciais e mais 10 sistemas para poços de abastecimento e cercamento dessas áreas, participaram de oficinas de educação ambiental. Promovidas pela empresa SolarTerra, contratada pelo CBHSF para executar o projeto, a empresa proporcionou às famílias momentos lúdicos e de educação visando o pertencimento do projeto.


A mobilizadora social da SolarTerra, Daniele Dantas, explicou que os encontros funcionaram com o objetivo principal de apresentar o CBHSF e criar nas famílias atendidas o sentimento de pertencimento. “Oferecemos as oficinas no contexto de mobilização social para reforçar as diretrizes do projeto, explicar o funcionamento do Comitê e também trazer a questão do pertencimento local trabalhando o componente de educação ambiental”, explicou.

A oficina de educação ambiental e arte terapia aconteceu nos dias 14 e 21 de fevereiro e a oficina de contação de histórias foi realizada no dia 16. Haverá ainda o último encontro, marcado para o dia 23 de março. Para o artista plástico e coordenador de cultura do município de Glória, Danilo Souza, o encontro foi proveitoso, contando com a participação e dedicação das mulheres. “A oficina também teve o objetivo de trazer para essas mulheres momentos de tranquilidade e relaxamento, oferecendo um respiro diante das dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, além de despertar o desejo e o potencial delas para o artesanato, que pode se tornar uma fonte de renda para elas”.

Já a oficina de contação de histórias reuniu o grupo para trabalhar suas vivências. “A Oficina de Contação de Histórias de Mães Atípicas de Glória tem como proposta trabalhar as vivências destas mães através das histórias relatadas por elas e transformá-las em ações de convivência, construindo a solidariedade, a harmonia e o enfrentamento das suas lutas. A oficina foi aberta para todas as 74 mães atípicas cadastradas no projeto da placa solar do CBHSF”, explicou o artista Ninho Aranha, do Coletivo Cultural Zé Arteiro.


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A oficina, que acontecerá novamente em março, foi realizada no espaço dos saberes da arte de Contação de Histórias. O Coletivo Cultural Zé Arteiro – Ponto de Cultura, é formado pela pedagoga Solange de Souza, o agente de saúde Nildo Aranha e pela bailarina Gabriela Alves, todos atores e contadores de histórias. O grupo atua desde 2000 com teatro de rua e há dois anos com contação de história.

Para Paula Francinete Santana, beneficiada no projeto e participante das oficinas, as atividades se apresentaram como um espaço de descontração e conhecimento. “Eu amei as oficinas, foi maravilhoso, porque naquele momento eu pude me desconectar da vida de mãe atípica, das preocupações e eu pude conhecer uma Paula que eu não conhecia, através da pintura. Entrei em outra realidade, um mundo diferente e foi uma terapia, gostei muito do encontro”, afirmou, lembrando a expectativa quanto à conclusão do projeto de energia solar. “Esse projeto trouxe melhorias, não só na vida financeira como também na vida física e mental das pessoas, com as oficinas que foram terapias para a gente, trabalhando nossa mente e ao mesmo tempo trabalhou, no físico, com a coordenação motora. A expectativa está grande em relação a conclusão do projeto. Na minha casa as placas já foram instaladas e estão funcionando perfeitamente. Eu pago em média R$160 de energia e agora com a energia solar, acredito que já vamos ter uma diferença enorme que vai nos ajudar a investir esse dinheiro no bem-estar do meu filho”.

O coordenador da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Cláudio Ademar concluiu. “É importante desenvolver o aspecto de educação ambiental também associado à cultura, porque, acredito que assim, se consegue sensibilizar melhor a sociedade em relação às questões ambientais e hídricas do São Francisco. Entendo como fundamental que o Comitê, sempre que contrate uma empresa, deve elencar como um dos critérios o trabalho de educação ambiental e de preferência também cultural. Dessa forma, a gente pode sensibilizar desde os mais jovens até às demais faixas etárias”.

O projeto

Ao todo, o CBHSF está investindo R$ 1,6 milhões na instalação de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica conectado à rede elétrica – on grid – e sistema de baterias – off grid, para bombeamento de poços tubulares e geração de energia em residências de famílias em vulnerabilidade social tendo pelo menos um membro da família com diagnóstico do espectro do autismo.

O uso de fontes renováveis de energia tem se tornado o maior investimento do Brasil nos últimos anos na busca da transição energética que visa além do aspecto econômico, a sustentabilidade diminuindo os impactos ambientais com a redução das emissões de carbono na atmosfera. Com isso, o Plano de Recursos Hídricos do São Francisco (PRH SF 2016-2025) considerando suas múltiplas possibilidades, incentiva e investe nessas alternativas como forma de aliviar a pressão sobre os recursos hídricos, que hoje respondem por mais da metade da matriz elétrica brasileira (55%).


Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Fotos: SolarTerra