A diretoria do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) se reuniu ontem (03) em sessão ordinária realizada por videoconferência para discutir temas que nortearão a atuação do Comitê, com destaque para o planejamento de investimentos, a preocupação com a inadimplência e a responsabilidade de outros entes na preservação da bacia.
Um dos pontos centrais da pauta foi a análise e discussão da Minuta das Deliberações Normativas que serão submetidas à aprovação do colegiado na próxima Reunião Plenária do CBHSF, marcando os próximos passos de regulamentação do Comitê.
Jaqueline Fonseca, gerente de Projetos da Agência Peixe Vivo (APV), apresentou o planejamento de investimentos para 2026, detalhando as ações previstas para o próximo ano e que exigem especial atenção quanto à execução financeira. Rúbia Mansur, diretora-geral da APV expressou preocupação com o aumento da inadimplência, que se elevou em relação aos anos anteriores. Segundo ela, o índice que costumava girar em torno de 15% teve um aumento significativo, o que pode impactar a capacidade de investimento do Comitê nos próximos anos.
O presidente do Comitê, Cláudio Ademar, destacou que será necessário um intenso esforço para continuar atendendo as demandas da bacia e que parcerias já estão sendo pensadas, buscando outras fontes de recursos. “Estamos articulando reuniões com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no sentido de buscar parcerias que possam beneficiar a bacia”. E o vice-presidente do CBHSF, Altino Rodrigues reforçou que outros canais também estão sendo abertos para firmar parcerias internacionais.
Foco na preservação e responsabilidade dos entes
Cláudio Pereira, coordenador da Câmara Consultiva Regional do Médio São Francisco, reforçou a necessidade de o Comitê se concentrar em investimentos que impactem diretamente na preservação ambiental da bacia. Além disso, ele enfatizou a importância de chamar a atenção dos demais entes (municípios e estados) para que assumam suas responsabilidades em obras de infraestrutura essenciais, como o saneamento básico em seus respectivos territórios.
O coordenador da CCR Baixo, Maciel Oliveira, complementou a discussão lembrando que na gestão anterior os investimentos se concentraram em saneamento rural, através da construção de banheiros agroecológicos, uma ação justificada pela ausência de atuação dos governos nessas regiões. No entanto, ele esclareceu que não há mais previsão de elaboração de novos Planos Municipais de Saneamento Básico (PMSB), investimento que o Comitê realizou em 116 municípios da bacia.

Calendário e Contrato de Gestão
A Direc também abordou a proposta do calendário de trabalho de 2026, com foco especial na agenda e atuação das Câmaras Técnicas, buscando maior eficácia e sincronia nas atividades. A gerente de Integração da APV, Ohany Vasconcelos detalhou o cronograma que prevê a realização de duas plenárias ordinárias do CBHSF, três reuniões ordinárias das CCR e 10 reuniões das Câmaras Técnicas que passarão a se reunir de acordo com a demanda do colegiado do CBHSF.
O encontro foi concluído após revisadas as Metas do Contrato de Gestão firmado entre o CBHSF e a Agência Peixe Vivo, entidade executiva de apoio técnico e financeiro do Comitê, garantindo que as ações previstas estejam alinhadas com os objetivos de revitalização do Velho Chico.
Assessoria de Comunicação do CBHSF:
TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social
*Texto: Juciana Cavalcante
*Foto: Leo Boi